Política

Vereador diz que Câmara aprova sem discutir projetos

Para o Professor Linoberg, projeto de empréstimo para iluminação pública precisava ser mais discutido na questão da aplicação dos recursos

Há algumas semanas, a Câmara Municipal de Boa Vista (CMBV) aprovou projeto de lei do Poder Executivo pedindo autorização para novo empréstimo para investimento na Capital, na área da iluminação pública. Embora o objetivo da proposta seja beneficiar a população da cidade, ainda há descontentamento sobre a forma como a iniciativa foi discutida.

Em entrevista ao programa Agenda da Semana na Rádio Folha 100.3 FM, no domingo, 20, o vereador Professor Linoberg (Rede) afirma que a Câmara Municipal aprova as propostas do Executivo sem discutir os projetos.

O parlamentar explica que o projeto onde a Prefeitura pediu para autorizar um empréstimo de R$ 47 milhões para ser usado em iluminação pública, são R$ 32 milhões para construir uma usina fotovoltaica, incluindo a compra de um terreno onde ela funcionará e mais R$ 15 milhões para iluminar bairros. 

“Só que nas páginas do projeto não se diz que bairros que vão ser, qual tamanho do terreno que vão comprar, então é tudo muito difuso. Falta transparência”, explica Linoberg.

O vereador também citou outro projeto aprovado na Câmara onde o Executivo pediu um empréstimo de R$ 65 milhões, quando ainda não era parlamentar, em 2013. “O mandato começou em 2017 e desde que iniciamos o nosso trabalho nós temos corrido atrás do Ministério Público para ter acesso aos dados. Nem os dados de extrato da Caixa, de quanto foi pago, a gente não tinha acesso. Sem projeto-base fica difícil acompanhar o investimento do dinheiro público”, complementa.

Linoberg explica ainda que votou contrário ao projeto de iluminação pública, mas que isso não significa que sua opinião foi motivada por um trabalho de oposição ao Executivo ou por entender que a população não precisava de iluminação pública alternativa, mas da forma como a proposta é apresentada.

“O investimento em energia alternativa é interessante, o problema é como. Na comunidade indígena do Darora foi feita uma usina fotovoltaica que substituiria o motor lá, a diesel, e ela não funcionou uma semana. As experiências de energia alternativa não têm sido bem-sucedidas em Boa Vista”, informou.

ELEIÇÕES – Sobre a possibilidade de anúncio de pré-candidatura à Prefeitura de Boa Vista, o vereador informou que ainda está na fase de diálogo com outros parlamentares e ainda não definiu como será a sua atuação no pleito.

“Para mim, o ideal não seria uma candidatura minha à Prefeitura e sim um projeto de cidade que possa capitanear as vontades das forças políticas da cidade. Essa coisa de direita-esquerda que as pessoas ficam levantando é o menos importante agora. A gente tem que pensar em um projeto de cidade e daqui um tempo decide se tem candidatura ou não”. (P.C.)