Cotidiano

Posto de combustível na fronteira ainda segue fechado por lideranças indígenas

Comunidade indígena na fronteira com o Brasil cobra uma compensação financeira pelo fato de posto de gasolina ficar na terra deles

O posto de combustível internacional de Santa Elena de Uairén, na Venezuela, fronteira com Pacaraima, Norte do Estado, continua interditado desde segunda pelos índios da comunidade San Antonio Del Morichal. A falta de abastecimento dos automóveis tem preocupado as autoridades daquele país e provoca transtorno aos turistas brasileiros que não têm onde reabastecer seus veículos.

Conforme informações da Prefeitura de Pacaraima, ainda não há previsão para o fim da manifestação. Os indígenas alegam que só sairão do local após a concretização do acordado com a empresa Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA). Ou seja, quando for repassada uma quantia em dinheiro como forma de pagamento de aluguel, já que o posto está localizado em terra indígena.

Outra reivindicação dos índios é o asfaltamento da rodovia de acesso à comunidade. “Os manifestantes pedem a pavimentação do trecho com urgência, pois alegam precisar de melhores condições para os meios de transporte”, diz o comunicado da prefeitura.

Além disso, o movimento de turista, que costuma ser intenso na fronteira, diminuiu consideravelmente por conta do problema. “As pessoas não estão vindo para o município. Principalmente porque não querem ter complicações devido à falta de abastecimento do veículo, sabendo que esse é o único posto de combustível da região”, frisou.

Segundo a prefeitura, até os taxistas estão sendo prejudicados. “É um transtorno para todos. Inclusive os donos de táxis comentam que a demanda de passageiros diminuiu muito e alguns nem conseguem levar os passageiros a Boa Vista por falta da comercialização de gasolina”, complementou.

A secretária adjunta de Assuntos Internacionais, Fátima Araújo, afirmou que é uma decisão temporária. “A situação é momentânea. Quando o acordo com as autoridades venezuelanas for cumprido, voltaremos à normalidade”, disse. “Muitas pessoas de Roraima e do Amazonas estão perdendo a confiança no abastecimento dos veículos, evitando viajar para lá”.

Fátima recomendou que os condutores viagem com o veículo totalmente abastecido. “É importante que as pessoas saiam com o tanque cheio, porque aproximadamente 180 km depois de Santa Elena de Uairén há outro posto de combustível, onde é possível abastecer”, frisou complementando que, dessa forma, existe a possibilidade de visitar outros estados mais para dentro da Venezuela.

Ela alertou aos brasileiros a não cometerem erros ao atravessar a fronteira. “Notificamos a sociedade em geral para que não compre gasolina clandestina. Recentemente, cerca de quatro pessoas foram presas por conta disso”, destacou a autoridade. “Conforme dado extraoficial, mais de 10 mil turistas brasileiros já adentraram a Venezuela somente este ano”. (B.B)