Cotidiano

Prefeito volta atrás e ‘reduz’ de 25 para 7 número de mortos

Emilio González afirma que ‘novo levantamento’ de informações confirmou número menor de mortos Venezuela

O prefeito de Gran Sabana, Emílio González, tratou mais uma vez dos acontecimentos recentes na Venezuela durante coletiva de imprensa nessa sexta-feira, 8.  Ele voltou atrás e “reduziu” de 25 para 7 o número de mortos em um conflito em Santa Elena de Uairén.

O número atualizado de mortes, segundo González, aconteceu após confirmação de dados junto ao Hospital de Santa Elena. Ele afirma que, inicialmente, sua equipe relatou a morte de 25 pessoas no conflito entre a Guarda Nacional Bolivariana (GNB) e comunidades indígenas.

Porém, com um levantamento mais “aprofundado”, o prefeito informou que foram constatadas somente as sete mortes. Entre elas, a dos três indígenas que ocorreram em Boa Vista. Com relação a indígenas feridos, González afirma que o número permanece o mesmo, com cerca de 80 atingidos.

O prefeito afirma que há dificuldades em confirmar as informações por causa do controle de militares do Hospital de Santa Elena, dos meios de comunicação da Venezuela e de outros órgãos que se recusam a passar informações sobre os atendimentos de saúde. Até então, somente quatro mortes na região foram confirmadas à Prefeitura de Gran Sabana.

“Tomaram o hospital, todo o controle. Mas sabemos que está uma situação muito crítica e que vale a pena investigar”, destacou o prefeito. “A saúde do meu povo Pemon e de indígenas e não indígenas está em perigo. A alimentação está difícil, o único centro comercial onde as pessoas fazem compras está tomado por um grupo armado. É lamentável”, ressaltou.

Apesar de ter voltado atrás no número de mortos, o prefeito não descarta a possibilidade de mais mortes devidas não apenas ao conflito com a Guarda Nacional, mas também por falta de acesso da população a serviços essenciais.

“Estamos vivendo uma ditadura, plenamente. Não podemos andar tranquilos, pois podem ‘arrancar’ nossos telefones. Tem comunidades que estão ilhadas, não podem sair para comprar comida, medicamentos. Existem muitas pessoas com malária, em estado grave, e que têm medo de vir para Santa Elena. É algo como genocídio, atentar contra a saúde do povo”, relatou.

ENTENDA O CASO – Em coletiva de imprensa em 24 de fevereiro, Emilio González denunciou a morte de 25 pessoas e 84 feridos devido aos conflitos em Santa Elena de Uairén.

Na ocasião, o político venezuelano e opositor ao regime de Nicolás Maduro ressaltou a importância de ajuda internacional.