Saúde e Bem-estar

Aumenta o número de nascimentos de bebês prematuros em Roraima

A prematuridade é caracterizada por diversas causas e as mais comuns são as doenças maternas, principalmente hipertensão arterial e infecções, gestação múltipla, mães adolescentes, malformações fetais, entre outras

O nascimento de bebês prematuros subiu de 218 nos primeiros sete meses do ano passado, para 293 crianças que nasceram antes de completar o período gestacional, agora em 2020, no Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Nazareth (HMNSN). Ou seja, um aumento de 34%.

A prematuridade é caracterizada quando os bebês nascem antes da 37ª semana de gestação e pode ocorrer por diversas causas. Algumas delas, e mais comuns, são as doenças maternas, principalmente hipertensão arterial e infecções, gestação múltipla, mães adolescentes, malformações fetais, entre outras.

A pediatra Ana Carolina Brito explica que o nascimento prematuro pode ser considerado extremo ou tardio, e que geralmente os partos prematuros acontecem por condições de dificuldade da saúde da mãe ou do bebê.

“Diabetes gestacional, hipertensão, sangramentos por descolamento da placenta e algumas doenças infecciosas, também alguns bebês podem ter malformações e dificuldades na formação placentária, causando a parto prematuro”, disse.

“É importante um acompanhamento médico especialista para avaliar o desenvolvimento do feto e saúde materna, o que definirá também se a gravidez é de risco alto ou habitual”, completou Ana Carolina.

“O acompanhamento do pré-natal regular mostra como está sendo o desenvolvimento do feto dentro do útero e se é possível evitar que algumas patologias maternas ou até condições referentes ao feto podem ocasionar o parto materno. Quanto mais cedo for tratado, maiores as chances de o parto acontecer após as 37 semanas”, disse a médica.

Segundo ela, é indispensável que o parto prematuro aconteça em um hospital com uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI Neonatal), pois concentra os principais recursos humanos e materiais para dar suporte ás funções vitais ao bebê prematuro.

“Um bebê prematuro precisa frequentemente ser acompanhado pelo ambulatório especializado e por uma equipe multiprofissional que irá acompanhar o crescimento do crescimento em peso, em estatura e do perímetro cefálico e do desenvolvimento motor e cognitivo do bebê”, ressaltou.

Novembro Roxo

A médica Ana Carolina Brito, destaca que o “Novembro Roxo” é um mês que conscientiza sobre a prematuridade, para a sociedade ter uma melhoria nos cuidados dos bebês prematuros e de suas famílias.

“As mulheres precisam estar atentas aos sinais que indicam a necessidade de algum tipo de cuidado importante com a gestação. Esse olhar atento é fundamental para que ela possa se conhecer e saber como está a sua saúde nesse período tão importante para ela e para o bebê, por isso é preciso falar sobre esse tema e provocar a discussão entre as pessoas”, finalizou.

Programação

Até o final do mês de novembro, o Centro de Referência da Saúde da Mulher (CRSM) promove uma programação especial às mães e aos bebês prematuros.

Nesta sexta-feira (06), a partir das 8h, o CRSM em parceria com a Clínica da Criança, realiza o teste do pezinho em pacientes. Na próxima terça-feira, 17, haverá atividade externa com a oficina de banho de Ofurô e Shantala, com a equipe do Follow Up e com a fisioterapeuta Márcia Sartor.

A pediatra Ana Carolina explicou que a ação tem o objetivo de acompanhar o desenvolvimento dos prematuros. “Os atendimentos serão mantidos, além da programação que estaremos desenvolvendo. Os bebês prematuros são muito especiais, eles precisam desse acompanhamento da equipe multiprofissional para que possamos assegurar o crescimento e o desenvolvimento sem atrasos”, disse.

A dona de casa Milena Sousa levou seu filho para uma consulta médica no CRSM e foi surpreendida com a programação. Ela, mãe de bebê prematuro, participou do primeiro dia da programação do “Novembro Roxo”, mês de sensibilização sobre a importância dos cuidados com a prematuridade.

“A iniciativa ajuda a gente a ter um controle maior sobre as crianças. Foi ensinado passo a passo, e o bacana da fisioterapia é que ela nos ensina a cada movimento e o que fazer. Meu bebê ficou muito tranquilo”, agradeceu a mãe.

Mães e pais e bebês prematuros participam de atividades na maternidade (Foto: Ascom/Sesau)