Saúde e Bem-estar

Comportamento de risco aumenta casos de sífilis e aids

O comportamento de risco, principalmente a falta do uso de preservativo, tem causado o aumento do número de casos de infecções sexualmente transmissíveis

O comportamento de risco, principalmente a falta do uso de preservativo, tem causado o aumento do número de casos de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2018 foram registrados 158.051 casos de sífilis, sendo 62.599 em gestantes. A taxa de detecção da doença adquirida por 100 mil habitantes passou de 25, em 2014, para 75,8 em 2018.

As notificações de HIV chegaram a 43,9 mil novos casos em 2018, principalmente entre homens de 25 a 39 anos. Entre os quatro tipos de hepatites, foram 45.410 casos em 2018, sendo a tipo C a mais recorrente, com 12,6 casos para cada 100 mil habitantes.

Para prevenir o surgimento de novos casos de IST, o Ministério da Saúde a campanha para evitar o comportamento de risco, com foco nos jovens de 15 a 29 anos. O lema é “Usar camisinha é uma responsa de todos”. As peças da campanha usam a linguagem da batalha de poesia (Poetry Slam) e serão veiculadas em TVs abertas e por assinatura, em rádio, na internet, no cinema e na mídia exterior.

Segundo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que participou do lançamento da campanha na Rocinha, comunidade na zona sul da cidade, as pesquisas mostram que o uso de preservativo tem diminuído. Segundo ele, é uma questão geracional.

“A geração dos pais desses adolescentes tinha uma adesão maior porque, na época, como havia muitos casos de pessoas famosas que morreram por causa do HIV, isso chamava a atenção. Aconteceu com o Henfil, Betinho, Cazuza, Fred Mercury, enfim, um número grande de personalidades, e aquilo causava impacto”.

De acordo com o ministro, com o avanço das pesquisas e da ciência, as pessoas começaram a viver com o HIV e trabalhar a carga viral, portanto diminuiu muito o número de mortes provocadas pela aids e, com isso, o uso da camisinha nas relações sexuais.

“Com isso, doenças sexualmente transmissíveis que a gente conseguia proteger em nome do HIV subiram. A sífilis, com 18 casos por hora, um caso a cada três minutos, fora a subnotificação que é muito grande, é um número assustador em qualquer lugar do mundo. Nós temos formas de gonorreia hoje resistente a todos os antibióticos, uma doença que causa a infertilidade. A hepatite C, a partir de 2014 a gente começou a fazer a testagem, então o número de casos foi lá para cima”.

Sobre a campanha lançada neste sábado, Mandetta destacou que o ministério dividiu as ações ao longo do ano, para que o tema esteja sempre em evidência. Mas destacou que o carnaval é uma data importante no calendário de prevenção das ISTs.

“O carnaval, como é uma festa em que o jovem está sempre muito inserido, é uma época em que a gente quer colocar na agenda a informação para esse público. Por isso que é tradicional no Brasil, uma semana antes do carnaval, que se faça uma campanha. Desde o ano passado, a gente faz o que se chama de balão, com uma campanha mais forte agora, e outras três ao longo do ano”.

O ministro lembrou que o programa Saúde na Escola levou informações sobre o tema a mais de 10 milhões de jovens no ano passado, e que os preservativos podem ser retirados gratuitamente nas unidades de saúde, bem como as vacinas para prevenir a hepatite A, hepatite B e o HPV, principal forma de evitar o câncer de colo de útero.

Também estão disponíveis nas unidades do Sistema Único de Saúde os testes rápidos para sífilis, hepatite e HIV/Aids.

Publicidade