Saúde e Bem-estar

Diabetes Gestacional: o que é e quais são os riscos da doença?

Alerta é que problema pode colocar em risco saúde da mãe e do bebê, diz endocrinologista do Centro de Referência da Mulher, Márcia Nakashima

O nascimento de um bebê com quase 7kg em Roraima no último fim de semana, chamou a atenção para um problema comum e que precisa de atenção durante a gravidez: o diabetes gestacional.

Na gravidez, há aumento dos níveis de glicose no sangue, o corpo passa a produzir maiores quantidades de insulina. Outros hormônios são liberados pela placenta e o pâncreas é obrigado a trabalhar dobrado para manter os níveis em ordem. Porém, algumas vezes, todo esse esforço não é suficiente e sobra açúcar na corrente sanguínea. Aí está o risco de adquirir o diabetes gestacional.

De acordo com a endocrinologista do Centro de Referência da Mulher, Márcia Nakashima, o diabetes gestacional pode acontecer com qualquer mulher, e chega a ser comum. No geral, segundo ela, a doença se cura logo após o parto.

“A maioria das mulheres apresenta a cura, no entanto as mães que desenvolvem diabetes gestacional correm o risco maior de desenvolver diabetes tipo 2. Por isso, é importante o controle tanto durante, como após a gestação. É recomendado que quem tenha tido diabetes na gestação faça o teste de glicemia pelo menos uma vez ao ano”, explicou.

De acordo com a especialista, a causa para o diabetes gestacional pode envolver tanto alterações fisiológicas da gestação, como fatores genéticos e ambientais.

“A doença, se não for controlada, pode colocar em risco a saúde da mãe e do bebê. Existem períodos de critérios para diagnóstico de acordo com o trimestre, sendo recomendável a avaliação na primeira consulta pré-natal para avaliar a possibilidade de diabetes prévio e o rastreamento na 24ª semana, ou seja, no início do 6º mês, através do teste oral de tolerância à glicose”, esclareceu.

“O diagnóstico é feito caso a glicose no sangue venha com valores iguais ou maiores a 92 mg/dl no jejum ou 180 mg/dl e 153 mg/dl respectivamente 1 hora e 2 horas após a ingestão do açúcar, mas estão no grupo de alto risco, principalmente aquelas com glicemia mais próxima de 125 mg/dl”, detalhou a endocrinologista.

Márcia Nakashima citou ainda, os riscos que o diabetes gestacional gera para o bebê.

“Pode trazer riscos para a saúde do bebê, pois quando ele é exposto a grandes quantidades de glicose ainda no útero da mãe, há maior risco de desenvolver obesidade e diabetes no futuro. Além disso, ele pode sofrer crescimento excessivo, prematuridade, dificuldades no parto e hipoglicemia neonatal”, pontuou.

COMO PREVENIR – Manter o controle do diabetes durante a gestação necessita de alimentação balanceada, de acordo com orientação profissional. A recomendação é uma dieta composta por carboidratos de alta qualidade, integrais e boas fontes de proteínas, que ajudam na saciedade e na menor liberação de glicose no organismo.

Além da alimentação balanceada, com proteínas, vitaminas e minerais, a prática de atividades físicas regulares, como caminhada e outros exercícios, o acompanhamento do peso no mínimo a cada 30 dias e a orientação médica são essenciais para prevenir ou controlar o diabetes gestacional.