Saúde e Bem-estar

Estudo alerta que Covid-19 pode causar danos cerebrais

Pacientes relatam sequelas após cura da covid

Os sinais característicos da infecção pelo novo coronavírus são conhecidos pela maior parte da população. Sintomas como febre, tosse seca, diarreia e falta de ar estão associados à COVID-19. Porém, a doença ainda mantém alguns aspectos como incógnita. Um deles é o impacto sofrido pelo organismo após a recuperação.

Um estudo realizado no Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz), em parceria  com o Instituto D’Or (Idor) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), indicou que o novo coronavírus Sars-Cov-2, responsável pela pandemia covid-19, é capaz de infectar células neurais.

De acordo com a pesquisa, o vírus tem capacidade de infectar células neurais, embora não consiga se replicar no sistema nervoso central. Portanto, ao infectar o plexo coróide, há uma reação do sistema imunológico do organismo humano. Na análise, os pesquisadores pressupõe  que essa reação pode ter permitido que o coronavírus acessasse o sistema nervoso central e causasse danos no cérebro.

Com o avanço dos estudos, pesquisadores acreditam que  a doença Covid-19, que  inicialmente foi descrita como uma infecção viral do trato respiratório, afeta outros sistemas biológicos, incluindo o sistema nervoso central (SNC), como foi observada em alguns casos.

De acordo com o secretário estadual adjunto de saúde e médico infectologista Alexandre Salomão, muitos pacientes têm apresentado características persistentes ou seqüelas.

“Apesar de ser uma minoria de casos, é uma parcela importante da população que deve ser medicada e cuidada de maneira adequada” reforçou.

A analista de recursos humanos Francinéia Guedes está recuperada do covid-19, após ficar internada no Hospital Geral de Roraima.

Ela percebeu o quadro se agravar e, quando voltou ao hospital, mal conseguia andar. Entre os sintomas que persistiram estão uma intensa dor de cabeça, cansaço constante,  diarréia e dores de cabeça.

“No meu caso depois de dois meses voltei  sentir todos os sintomas novamente, fiquei com o psicológico abalado e tenho medo de estar com crise de ansiedade pós traumática” explicou.

A jornalista Vanessa Fernandes contou que sentiu os primeiros sintomas cerca de duas semanas antes de ser diagnosticada. “Após o isolamento e a recuperação, o consaço persiste, não tive problemas respiratórios ou perda de olfato, mas percebi uma certa confusão mental, ao esquecer coisas simples do dia a dia” contou.

“Esse conjunto de seqüelas vem sendo chamada de síndrome pós covid, é muito comum manifestações pulmonares, e temos visto na prática clínica a necessidade muito grande de fisioterapeutas para um acompanhamento pulmonar para a recuperação plena” explica.