Saúde e Bem-estar

Pesquisas sobre saúde podem aumentar o temor de hipocondríacos

Para psiquiatra, informações sobre saúde disponíveis na internet estão criando uma geração de hipocondríacos cibernéticos

A hipocondria, também conhecida como “mania de doença”, é um transtorno mental caracterizado pelo medo constante de estar doente ou desenvolver uma doença séria.

Pacientes que constantemente sofrem com o temor de que estão com doenças sérias e desconfiam do diagnóstico do médico podem ter o transtorno. A doença gera estresse e perda de qualidade de vida, mas há tratamento. 

De acordo com o psiquiatra Alberto Iglesias, a doença, chamada de transtorno hipocondríaco, cresceu com a internet, já que muitas pessoas pesquisam suas doenças em sites em vez de procurar um médico.  “É como uma dor imaginária: ela não está presente, a hipocondria gera uma ansiedade desordenada no organismo, causando angústia em quem sofre com a doença. É preciso ver se junto disso a pessoa é ansiosa, se está passando por problemas familiares, sociais ou econômicos, se está desenvolvendo algum outro tipo de doença. Muitas vezes ela não acredita no médico e nos resultados dos exames” explica o médico.

Tratamento

Não raramente, a hipocondria está associada a outros transtornos mentais, como a ansiedade e a depressão. Estima-se que de 75 a 85% dos hipocondríacos sofre de outro transtorno. Ela pode ser um sinal de alguma dessas condições, ou pode se desenvolver a partir delas.

“Para o tratamento, é necessário fazer a terapia, mas é preciso também avaliar se a pessoa não tem outros problemas. Se for depressão ou ansiedade com sintomas obsessivos compulsivos, é preciso entrar com medicação, a depressão não envolve somente tristeza, mas sim outros sintomas corporais, como cansaço, pensamentos negativos, além de outros sinais” relata.

Nesse caso, o apoio de medicamentos os remédios ajudam a controlar a ansiedade, deixam a pessoa mais calma e tranquila e com capacidade de absorver informações. “A terapia vai dar o mecanismo para a pessoa lidar com essa ansiedade depois, e que é de extrema importância seguir as recomendações. O tempo de tratamento depende do comprometimento do paciente. Para aqueles pacientes que não são comprometidos ou que não buscaram ajuda ainda, a preocupação médica é a prática da automedicação” explica.