Política

Sindicalistas anunciam paralisação

Mesmo com a determinação do TRT-1, de suspensão do processo de privatização das distribuidoras da Eletrobras, o BNDES manteve o cronograma de privatização

Em entrevista ao programa Agenda da Semana, na Rádio Folha AM 1020, neste domingo, 19, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Urbanitários do Estado de Roraima (Stiu-RR), Gissélio Cunha, disse que a categoria está confiante e acredita que será possível reverter a venda das distribuidoras da Eletrobras – empresa estatal responsável pela distribuição de energia elétrica no norte e nordeste do país. “Ainda existe esperança, na área jurídica, de barrar a privatização”, destacou.

Na última quinta-feira, 16, o Órgão Especial do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (RJ), estado sede da Eletrobras, determinou a suspensão do processo de privatização das distribuidoras, incluindo a Boa Vista Energia, agendado para 30 de agosto, até que a Eletrobras apresente um estudo de impacto sócio-laboral.

Mesmo com a determinação do TRT-1, de suspensão do processo de privatização das distribuidoras da Eletrobras, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) manteve o cronograma de privatização, que está agendado para acontecer no dia 30 de agosto, às 15h.

Cunha anunciou que a categoria fará uma manifestação no final deste mês. “Temos atuado tanto aqui no parlamento estadual, como no Congresso, tentando sensibilizar os parlamentares da importância do setor energético de Roraima. Recentemente passou pela Câmara dos Deputados o Projeto de Lei que destrava a venda das seis distribuidoras e agora segue para votação no Senado, então, nos dias 28, 29 e 30, estaremos em Brasília e a categoria vai paralisar no estado”, afirmou.

Ele disse ainda que a privatização é um retrocesso. “Perde o trabalhador, porque acreditamos que vai haver demissão em massa, de 100% dos empregados, vão contratar quem eles quiserem, vão reduzir salário, tirar todos os nossos benefícios. E a sociedade também perde, porque vai haver uma quebra na qualidade dos serviços prestados, as comunidades ribeirinhas e indígenas serão as mais afetadas”, disse Cunha, ao ressaltar que o histórico das privatizações no Brasil é de impor regras que só visam o lucro.

Além da Boa Vista Energia, o Governo Federal pretende privatizar as distribuidoras Eletroacre, Ceron (RO), Amazonas distribuidora de Energia e Ceal (AL). De acordo com o presidente do sindicato, em julho houve a privatização da distribuidora do Piauí. “A Cepisa foi arrematada pela Equatorial Energia, em lance único, ou seja, R$ 50 mil, um valor vergonhoso. Mas a Cepisa pode ainda ser beneficiada com a decisão do TRT-1, e essa transação pode vir a ser cancelada”, destacou.

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