Política

Sintraima diz que servidores não são responsáveis por crise

LEO DAUBERMANN

Editoria de Política

Durante entrevista ao programa Agenda da Semana desse domingo, 23, na Rádio Folha FM 100.3, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos do Poder Executivo do Estado de Roraima (Sintraima), Francisco Figueira, disse que os servidores estaduais não foram responsáveis pela crise financeira em Roraima.

“Não se pode culpar o servidor público pela crise em que o estado está passando. Os salários são exequíveis, são valores prudentes, coerentes, em detrimento a outras categorias aí que são elitizadas. Não aceitaremos perda de direito adquirido”, disse Figueira.

O sindicalista estava se referindo à possibilidade ventilada pelo interventor e governador eleito, Antonio Denarium (PSL), para tornar o estado administrável economicamente, cortar cerca de R$ 40 milhões, na folha mensal de pagamento dos servidores efetivos do estado.

No governo de Suely Campos (PP) houve um aumento expressivo no gasto com pessoal, na casa dos R$ 60 milhões o custo mensal da folha de pagamento, em decorrência da aprovação e implementação de Planos de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCRs) de várias categorias.

Para o presidente do Sintraima, direitos conquistados são inegociáveis. “É prematuro esse cálculo, é prematuro estar falando sobre um corte tão expressivo, até porque, tirando a Educação e Saúde, a folha ficaria em torno aí, de R$ 44 milhões, acredito que o cálculo está prematuro, porque o governo teria que demitir quase todos os servidores para ter essa economia de R$ 40 milhões”, destacou.

De acordo com Figueira, quando os PCCRs foram elaborados, foi realizado um estudo de impacto econômico-financeiro. “Quando você começa a constituição de um Plano de Cargos, Carreira e Remunerações, ele tem que passar pelo Instituto de Modernização, Planejamento, Instituto de Previdência, Secretaria de Fazenda, para que ele possa aí sim, ser encaminhado para a Assembleia Legislativa e ser aprovado. Não é atravessado, simplesmente do Executivo para a Assembleia Legislativa”, salientou.

“Quando nós fizemos o PCCR do quadro geral, que foi um dos que beneficiou mais de quatro mil servidores, nós trabalhamos, fizemos todo um estudo do impacto financeiro, na época fizemos um cálculo para cinco anos, em termos de gasto com pessoal”, disse o sindicalista.

O presidente do Sintraima lembra que em dez, onze anos o servidor público do quadro geral, não teve nenhum reajuste expressivo nos salários. “O servidor de nível fundamental, quando assumimos o sindicato, e começamos a discutir o PCCR da categoria, recebia R$ 585 e hoje ele está ganhando R$ 1.395 com 14 anos de trabalho”, falou.

Figueira fez uma comparação do salário dos servidores do estado com o de outros Poderes. “A diferença é quilométrica, acredito que hoje, um servidor nos Poderes, com a mesma função, recebe cerca de R$ 3 mil, fora o auxílio alimentação que no judiciário é de cerca de R$ 2 mil, mais do que o salário de um servidor do Executivo”, ressaltou.

O presidente do Sintraima destacou ainda que o sindicato não vai aceitar com tranquilidade uma possível perda dos direitos adquiridos após a aprovação do PCCRs dos servidores. “O sindicato não vai aceitar, até porque nós estamos acompanhando os números, então, contra os números não há o que se contestar. Quando elaboramos os PCCRs, nós nos preocupamos com o orçamento. O sindicato vai lutar para que sejam mantidos os direitos dos servidores públicos”, completou.