Transporte público é escasso na periferia em dia de votação

Poucos automóveis eram vistos nos bairros mais distantes da capital e não estavam fazendo o trajeto completo até o Terminal

ANA PAULA LIMA

FABRÍCIO ARAÚJO

Editoria de Cidade


Para quem precisou utilizar o transporte público durante o dia do primeiro turno das eleições encontrou dificuldades para locomoção. Nos bairros mais distantes do Centro da cidade, principalmente na zona oeste, quase nenhum lotação, táxi ou ônibus era avistado. Dos lotações, quando eram questionados se iam retornar ao Terminal de Ônibus José Campanha Wanderley, no Centro, a resposta era negativa.

A equipe de reportagem da Folha ficou mais de 45 minutos para conseguir um táxi ou lotação no bairro Jóquei Clube e não obteve sucesso. Ao atravessar para o bairro Asa Branca, na Avenida Ataíde Teive, conseguiu em poucos minutos. Durante o trajeto, o motorista relatou não saber os motivos que estavam rodando tão poucos carros, já que haviam sido liberados para trabalhar normalmente.

BOCA DE URNA – O taxista relembrou ainda de uma prática conhecida entre os motoristas de transportes público em época de eleição: a boca de urna. No esquema relatado por ele, os candidatos pagavam antigamente em torno de R$ 350 para que cada motorista transportasse gratuitamente os passageiros.

“Na eleição passada, eles pagavam adiantado logo. Só para os motoristas, os passageiros não ganham dinheiro, não. Esse ano liberaram os lotações, mas eu não sei se é de graça ou tem que pagar, mas era para eles trabalharem hoje”, contou.

Já em um lotação, pego no bairro Pricumã, o motorista não fez o trajeto até o Terminal, parando em frente à Escola Estadual Lobo D’Almada. Na conversa, o motorista revelou que os carros estariam rodando normalmente até as 18h, porém estava com poucas pessoas solicitando os lotações.

Ele revelou também que ouviu de uma passageira o relato que havia lotações fazendo o transporte de graça para as seções eleitorais, mas que não tinha conhecimento sobre a situação. “Eu não vi ninguém querendo vender voto. Ouvi que estavam ‘carregando’ gente de graça, mas eu estou trabalhando. Eu até brinquei com a moça falando ‘me diga aí onde que tem isso, que eu quero ganhar um dinheiro’. Mas eu não sei de nada disso”, completou.

PREFEITURA – A equipe da Folha entrou em contato com a Prefeitura de Boa Vista para saber os motivos que os transportes públicos não estavam circulando nos bairros mais afastados, mas não obteve respostas até o fechamento da matéria.

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