Polícia

Travesti é amarrada, morta a facadas e queimada em Boa Vista

Vítima tinha diversas perfurações de faca, inclusive no pescoço, estava com os braços e pernas amarrados e tinha o corpo parcialmente queimado

O fim de semana foi marcado por cinco homicídios, quase todos com requintes de crueldade, especialmente o caso envolvendo a travesti Sandrielly Vasconcelos, de 24 anos, que foi amarrada, morta a facadas e queimada no caminho que dá acesso ao balneário do Crocodilo, no Anel Viário. O nome de nascimento da vítima era José Rodrigues Silva de Oliveira. Suspeita-se que o crime tenha ocorrido na madrugada de sábado, 6.

Quem acionou a Polícia Militar foi um morador que disse ter saído de casa, por volta das 8h30, com a intenção de pescar. Ao entrar numa estrada de areia que leva ao balneário, ele se deparou com o cadáver e decidiu ligar para a PM. Quando os policiais chegaram ao local, chamaram a Perícia Criminal.

A vítima tinha diversas perfurações de faca, inclusive no pescoço, estava com os braços e pernas amarrados e tinha o corpo parcialmente queimado. Ao fim dos procedimentos técnicos, uma equipe do Instituto de Medicina Legal (IML) removeu o cadáver que passou por necropsia ainda no sábado, antes de ser liberado para funeral e sepultamento.

A princípio, imaginavam que o corpo fosse de uma mulher, mas no IML foi confirmada a identidade da vítima. Os familiares estavam extremamente abalados com a forma bárbara com que Sandrielly foi morta. Além disso, a comunidade LGBT+ recebeu a notícia com total revolta e pediu providências da polícia, cobrando também uma intervenção dos Diretos Humanos, considerando que a travesti não foi a primeira vítima a morrer nessas circunstâncias.

O caso foi encaminhado para a Delegacia Geral de Homicídios (DGH) e, ainda no sábado, os agentes iniciaram as investigações. Nenhum suspeito de ter matado a vítima foi identificado até o fim da tarde de ontem, 7. O inquérito deve apurar se o crime tem como motivação a homofobia. 

Nas redes sociais, Sandrielly foi lembrada pelos amigos como uma “pessoa divertida, amável, amigável e muito feliz”. O corpo da vítima foi sepultado nesse domingo. Ativistas do movimento LGBT+ reforçaram o pedido “Pare de nos matar”, considerando o alto índice de crimes cujas vítimas são homossexuais.