Cotidiano

Trombose pode ser evitada com mudanças comportamentais mais saudáveis

Para especialistas, mesmo sem qualquer histórico na família, paciente pode desenvolver a doença caso mantenha hábitos que afetam a saúde

Instituído no dia 13 de outubro, o Dia Mundial de Combate a Trombose tem como objetivo conscientizar sobre os fatores de riscos, falar sobre as formas de prevenção e mostrar para a sociedade sobre como a trombose é uma doença séria e que pode ser evitada com práticas do dia-a-dia. Em um primeiro passo, é preciso entender que há dois tipos diferentes de alterações vasculares, sendo venosa e arterial.

Os dois casos são resultados da coagulação imprevista do sangue e podem causar danos permanentes e severos nas vítimas da doença. Conforme explicou a cardiologista Niete Lago, o tipo mais temido é o arterial por conta da possibilidade de acontecer no cérebro ou no coração do paciente. A trombose arterial no cérebro causa do Acidente Vascular Cerebral (AVC) e no coração, ocasiona o infarto.

“São as duas entidades mais temidas porque às vezes não dá tempo do paciente chegar ao pronto-socorro e morre. Se foi no cérebro, pode vir com conseqüências graves, com alteração na fala, paralisia de um lado do corpo ou até ficar em cadeiras de rodas”, destacou. A especialista completou dizendo que há fatores hereditários que podem ocasionar na trombose, mas que os casos de pacientes com diabetes, fumantes e excesso de peso contribuem para esse quadro.

Já na trombose venosa, que está bastante frequente atualmente, é o uso desenfreado de anticoncepcionais. Além da pílula, combinar com cigarro ou pós-operatório prolongado, onde o paciente fica acamado por muito tempo, também existe a propensão para os vasos entupidos. Geralmente nesse tipo, a pessoa apresenta sintomas como pernas inchadas, sente dor ao andar e aumento do sentimento de calor.

A médica esclareceu que há tratamentos que podem ajudar a dissolver o trombo, como remédios anticoagulantes e também o uso de meias elásticas, tudo isso feito após a fase mais aguda da doença. Porém, ressalta que é necessário ter mudanças comportamentais mais saudáveis justamente para prevenir a trombose.

“Muitas vezes o paciente não tem risco e apresenta de repente uma trombose venosa. É raro, mas frequente em pacientes com pré-disposição para acontecer. Reduzir os fatores de risco, como corrigir o alcoolismo, o tabagismo e incentivar a atividade física, diminuir colesterol e melhorar a alimentação”, prosseguiu.

 

Anticoncepcionais podem aumentar chances de trombose

A especialista apontou que, mesmo mais comum em mulheres acima dos 35 anos, as mais jovens estão apresentando a aparição de trombose por conta do anticoncepcionais. Antes de fazer o uso, é importante procurar realizar exames para saber se não existe alguma pré-disposição na aparição da trombose. Para Niete, essas mulheres se encaixam no quadro de pessoas que podem não ter nenhum viés hereditário e mesmo assim desenvolver a doença.

“Nesse caso, a gente recomenda ir ao seu ginecologista e fazer a troca do anticoncepcional para o DIU [Dispositivo Intrauterino]. Pode escolher o de cobre, que não tem hormônio, e vai ter um sucesso. Porque não tem sintoma antes, quando aparece já é a trombose”, destacou. Niete revelou também que no caso da trombose profunda, existe ainda a possibilidade de ser desenvolvida no pulmão, a chamada embolia pulmonar, que pode levar à morte.

 

Cardiologista enfatiza estar atento aos sintomas

Muitas vezes silenciosa, a trombose só é notada quando já está em aparição aguda. Além de melhoras no comportamento, o paciente tem que manter em dias todos os exames e estar atento a qualquer alteração que tiver fora do padrão normal de sua saúde. Caso perceba algum formigamento, tontura forte e fraqueza nas pernas, chame o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) o mais rápido possível.

“Se o paciente chegar até seis horas no pronto-socorro, ele se salva. Porque tem como injetarmos um remédio chamado “Trombolítico” que dissolve o colagúlo e o paciente recupera e não tem sequelas, se tiver, são muito menos. Procurar um médico de imediato”, finalizou a cardiologista. (A.P.L)