Cotidiano

UFRR paralisa por 24h e pode entrar em greve por tempo indeterminado

“É um período sombrio para a educação brasileira. As universidades estão sendo desqualificadas”, dizem líderes sindicais

A paralisação desta quarta-feira, 15, é apenas uma advertência ao Governo Federal. Caso não volte atrás da decisão de cortar o orçamento das universidades e institutos federais, enfrentará uma greve nacional por tempo indeterminado, prevista para o dia 14 de junho. Essa informação é do presidente da Sesduf/UFRR (Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Roraima), Paulo Afonso da Silva Oliveira.

“Nesta quarta-feira a proposta é fazer uma chamada inicial, para informar à sociedade o que está acontecendo com o país, por meio desse desgoverno. O Governo Federal vem tomado decisões sem pensar nas consequências do que pode causar ao país, atitudes que afetam a vida dos estudantes, dos professores e da sociedade de modo geral”, ressaltou Oliveira.

“Estamos chamando a sociedade para juntos discutirmos o que pode ser feito para defender a educação. Vamos aproveitar essa paralisação para protestar contra a Reforma da Previdência, que se aprovada vai prejudicar toda a sociedade. O que está acontecendo não é só um ataque às universidades, aos institutos federais, é um ataque a todos nós”, comentou o presidente da Sesduf. 

Segundo ele, existe uma proposta do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior e das centrais sindicais para uma greve geral por tempo indeterminado. “Se o Governo Federal não voltar atrás dessa decisão de cortar o orçamento das instituições de ensino será deflagrada greve geral”, afirmou Oliveira.

O professor Roberto Mibielli, vice-presidente da Sesduf/UFRR, explicou que o objetivo da paralisação é unificar todos os professores em defesa da educação pública, da básica até a pós-graduação, passando pela UFRR, IFRR e pela própria rede estadual. “Aqui na universidade ficamos surpresos porque, até mesmo setores mais resistentes a manifestação e greve se mostraram favoráveis a esse movimento, de parar a UFRR porque o corte de 42,5% no orçamento afeta a todos. Todos estão com a gente e pela primeira vez eu vi uma assembleia geral em que a votação pela greve foi unânime”, comentou. 

“Não para só no corte do orçamento. Esse governo tem tentado passar uma lógica de desqualificação das universidades públicas do país do ponto de vista ideológico. É um período sombrio para a educação brasileira. Um governo que afirma que as universidades não precisam ter aula de sociologia e filosofia demonstra não entender qual o papel das universidades públicas no país”, lamentou. 

PROGRAMAÇÃO – Nesta quarta-feira, 15, às 7h, os portões da UFRR serão fechados com piquetes nas duas entradas da instituição e manifestações pontuais nas portarias. Às 14h haverá uma grande concentração na portaria da UFRR, na Avenida Ene Garcez. A saída está prevista para às 15h até a praça do Centro Cívico, onde haverá um aulão público promovido por áreas como agronomia, letras, veterinária e outras. “Tem sido vinculado muito nas redes sociais que as universidades só fazem balburdia dentro das instituições, então vamos mostrar que a universidade é necessária para os estudantes, professores e sociedade em geral”, disse Mibielli.

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