Cultura

Documentário

Marcos Edwards, mais conhecido como Mike Guy-Brás, é conhecido por ser um dos principais nomes do reggae no extremo norte do Brasil

Lançado em Roraima o documentário “Mike” conta a vida do músico Marcos Edwards, mais conhecido como Mike Guy-Brás. O filme já está disponível para acessar de forma gratuita no site oficial do documentário podendo ser acessado por qualquer smartphone ou até mesmo televisão.

O filme conta a história de vida de Marcos, sobre seu trabalho como vendedor ambulante de doces até a fundação da banda Guy-Bras, que anos depois grava “To Zion” e “The Best Of Guy-Bras”, além de um dvd ao vivo chamado “Transparente Reggae”. Nascido em Georgetown, na Guiana, Mike é naturalizado como brasileiro e reside em Boa Vista. O artista é conhecido por ser um dos principais nomes do reggae no extremo norte do Brasil.

A obra é a retribuição do Edital de Premiação nº 003/2020, “Faz Cultura Boa Vista” – Categoria Audiovisual da Prefeitura Municipal de Boa Vista, realizado por meio da Fetec, em atendimento à Lei Emergencial Aldir Blanc.

Cláudio Lavôr, diretor do filme, contou que a ideia do documentário surgiu desde 2001. Anos depois soube do lançamento de um edital nacional e viu a oportunidade de produzir o filme.

“Fiz um convite para o roteirista Jonathas Bernard, diretor do premiado filme roraimense “Serenkato”, para escrever o argumento do filme e a partir daí definirmos o roteiro para inscrever no edital. O filme enfim foi contemplado pelo edital nacional “Curta Afirmativo 2014”, do extinto Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria do Audiovisual (Sav), ficando em 1° na categoria curta-metragem”, afirma.

O edital pretendia dar protagonismo aos cineastas afro-brasileiros na produção audiovisual nacional. Ao todo, foram selecionados 21 curtas e 13 médias-metragens, com mais 10 projetos em lista de reserva para cada categoria em todo o país. O projeto “Mike” foi o representante roraimense.

Cláudio Lavôr disse ainda as dificuldades que tiveram para conseguir não só produzir e filmar, mas exibir e distribuir o filme para ser visto. “Um projeto contemplado no fim de 2014, que levou mais um ano para concluir os trâmites e burocracias para receber parte do prêmio, depois mais um ano de luta para que o edital/prêmio não viesse a ser anulado com a extinção do MinC em 2016 pelo governo de Michel Temer. Mas a decisão foi revista, e com a volta do ministério os trâmites do edital/prêmio voltaram a caminhar”, disse.

Em 2018 a produção foi finalizada com um curta de 13 minutos, segundo os critérios do edital, porém mantinha-se o impedimento para exibição e distribuição do filme. Mas no ano passado, com a Lei Aldir Blanc, foi possível ampliar o filme e preparar para exibição em um novo formato.

“A nova versão, que chamo de Versão Web, tem aproximadamente 32 minutos. O documentário já está disponível para que todos assistam”, afirmou. “Confesso que para quem produz cinema, não é um formato muito agradável. Quando criamos um roteiro, todo o processo de exibição é pensado em uma exibição grandiosa, uma tela de cinema, onde o espectador seja levado a sentir inúmeras emoções pelo som e imagens do filme”, disse.

Ainda assim, o documentarista reforça que a medida é a mais segura em meio à pandemia. “Entendo que a internet, a partir de agora ganha mais força. Quando pensarmos em próximas produções, ela estará em nossos projetos como uma das “janelas”de produção. Torcemos muito, pra que tudo isso passe logo, e os cinemas voltem a funcionar, e que possamos apreciar a sétima arte em seu habitat natural, na sala de exibição”, concluiu Cláudio.

Com informações de Cecília Veloso

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