Cultura

Netos fazem tatuagem como prova de amor aos avós

De minimalistas ao realismo, tatuagens viraram forma de homenagear os queridos avós

É frequente ver famílias que têm os avós como base na educação dos netos. São eles que, geralmente, ajudam na criação e na formação de todos os membros da família. Por isso, em homenagem a toda essa dedicação, o Dia dos Avós é celebrado em 26 de julho.

A data tem um significado especial para Rafael Chironi, roraimense, o jovem escolheu a pele como uma forma de homenagear o ‘nonno’ italiano Rafaelle do qual herdou o nome, adaptado ao português.

Rafael Chirone escolheu o realismo para homenagear o avô italiano. A tatuagem foi feita por Adriano Abreu (Foto: Divulgação)

Rafael decidiu fazer uma tatuagem com objetivo de criar uma proximidade maior com o avô do qual conviveu pouco tempo. 

“Rafaelle Chirone é o pai do meu pai. Era uma figura curiosa pq no meu olhar de criança, era um sujeito muito forte, robusto e sério ao mesmo tempo que era um grande artista. Um pintor e escultor fantástico” relembra.

As visitas com o avô nunca ocorreram no Brasil, porque o avô tinha medo de entrar em um avião. “Ele tinha um pavor absoluto de avião. Sempre falou que nunca colocaria os pés em um, e assim fez. Então ficou difícil sair da Itália para o Brasil. Mas meus pais fizeram um esforço para que eu pudesse passar tempo com ele” contou.

Enquanto Rafael ganhou o nome do avô italiano, sua irmã mais nova recebeu o nome da avó paterna Giovanna Gisella da Rocha Chirone. Giovanna também decidiu homenagear as avós com tatuagens mais delicadas nos braços.

Giovanna conta que herdou de sua avó materna o gosto pela leitura (Foto: Divulgação)

“Ela sempre leu muito, durante a vida leu mais de cinco mil livros, essa é minha meta. Acho que vem dela a minha paixão por leitura e o gosto pela escrita. Por isso escolhi um livro para compor a tatuagem, é o’que nos conecta, tem uma fala dela q me marcou muito que quis dizer basicamente que, a leitura é uma forma de viajar o mundo sem sair do lugar e é muito verdade isso.” disse.

Ela também fez uma tatuagem homenageando a avó materna Rilza Socorro da Rocha (Foto: Arquivo pessoal)

“Minha vovó era nordestina, nasceu e foi criada em Pernambuco e veio pra quando já tava casada e com filhos. Ela sempre costurou, tanto pra ela e pra família quanto pra outras pessoas pra conseguir uma renda extra. Ela fez várias roupas pra mim, a mais recente foi o meu vestido de formatura do ensino médio, ele foi feito do jeitinho que eu queria” relembrou emocionada.

Ela conta que sua avó Rilza é uma de suas maiores inspirações para toda a vida. “Ela é a única avó que eu tenho viva e sempre foi a mais próxima, mas eu n escolhi fazer a tatuagem das duas na mesma altura e estilo pra mostrar q as duas são igualmente importantes na minha vida e eu tenho um pouquinho de cada” disse.

Por conscidência, o amor e carinhos aos avós também fez parte da história de Ingrid Skarlety, namorada de Rafael e cunhada de Giselle. Ela também escolheu a tatuagem como uma forma de homenagear duas mulheres fortes de sua vida, sua avós Edith Moura do Nascimento e Etelvina Correa Souza.

“A minha avó materna, tem uma história de vida bem bonita e de superação, onde saiu de casa, pois apanhava do marido e criou os filhos sozinha. Ela fez faculdade aos 47 anos, e estudou geografia e foi muito próspera. No caso dela, eu decidi homenagear a sua história de vida por isso escolhi uma unalome” explicou.

Unalome é um símbolo budista que significa o caminho da iluminação, do caos ao nirvana (Foto: Arquivo pessoal)

“Basicamente ela é a representação do crescimento espiritual de uma pessoa, saindo do caos até encontrar a iluminação. Tipo as etapas de vida dela até encontrar a sua luz” ressaltou.

Para a avó paterna ela decidiu um desenho de uma senhora ao lado de uma garotinha para simbolizar a amizade que tinha com ela (Foto: Arquivo pessoal)

“A minha avó paterna era rezadeira, então eu lembro muito desses momentos que chegava com ela falando que precisava que ela rezasse em mim para afastar maus olhados ou energias ruins, a vida toda eu fazia isso” relembrou.

Por Isah Carvalho