Dia das Crianças é o momento de aproximar pais e filhos

Com o objetivo de valorizar a infância, o Dia das Crianças, celebrado em 12 de outubro, terá um novo significado este ano já que os pequenos tiveram suas rotinas modificadas em razão da pandemia do coronavírus. Com o novo normal, elas passaram a ter encontros com outros coleguinhas de maneira virtual, porque as visitas foram suspensas, assim como as aulas passaram a ser remotas.

Mesmo diante de tantos desafios, essa mudança pode ter uma importância ainda maior, pois o dia 12 pode ser o momento de estreitar ainda mais os laços afetivos entre pais e filhos, por meio de brincadeiras que podem aumentar a motivação da criança, como explica a psicopedagoga Graciela Ziebert.

Segundo ela, as crianças já vêm de um período grande de isolamento, então o momento requer integração familiar. “Muitas crianças estão trancadas em casa, então, já que alguns ambientes da cidade estão liberados, uma dica ideal para que os pequenos voltem aos poucos ao que eles estavam acostumados, é os pais escolherem um local seguro para que os filhos possam se divertir de forma mais livre”, comentou Graciela.

Graciela Ziebert: “O isolamento causa tristeza nas crianças porque elas gostam de abraçar, interagir, são muito amorosas” (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV )

Entre os locais que podem ser utilizados no dia 12, a psicopedagoga indica as praças, mas desde que não estejam muito aglomeradas, onde a família pode ser reunir para um piquenique, por exemplo. “Crianças são cheias de energia, então é preciso desenvolver uma programação diferente, com atividades diversas como lúdicas ou motoras, para que elas corram e brinquem à vontade. O importante é criar um dia diferente, mas seguro para a família”, disse Graciela.

Outra dica são os adultos perguntarem às crianças sobre o que desejam fazer no dia dedicado à elas, como uma sessão de cinema em casa, ou um almoço em família com o cardápio preferido da criança.

A especialista destacou que o encontro pode ser entre parentes da mesma família, mas desde que se tenha conhecimento de que todos tenham testado negativo para a covid, o que pode garantir a segurança de todos. “Não é uma grande aglomeração, é a mesma família reunida no mesmo local. O que não é indicado é um encontro de famílias com crianças de famílias diferentes, se isso for acontecer aí o cuidado deve ser redobrado”, ressaltou a psicopedagoga.

ISOLAMENTO – Ela lembrou que, assim como os adultos, as crianças também vivenciam momentos difíceis nesse período de pandemia, porque algumas tiveram que lidar com a perda de um familiar próximo, com o luto.

“O isolamento causa tristeza nas crianças porque elas gostam de abraçar, interagir, são muito amorosas. Muitas ficaram ou estão emocionalmente abaladas por conta do distanciamento dos amiguinhos, de familiares, da escola. Então é bom que se aproveite o Dia das Crianças para se iniciar esse resgate para que elas voltem a ter essa rotina mais alegre, mais feliz, porque a vida continua. Mas os adultos devem ter atenção às crianças por causa do isolamento”, alertou Graciela.

USO DE MÁSCARAS – Não dá para esconder a situação da meninada. Graciela enfatizou que, definida a programação, é importante passar a mensagem para os pequenos que é hora de brincar, mas adotando medidas de prevenção e exercer o cuidado, se necessário, usando máscaras e álcool em gel.

A partir desse dia 12, as famílias já podem adaptar as crianças para essa nova fase de sair de casa, sempre acompanhadas e seguindo os cuidados. “O uso da máscara é essencial em todos os ambientes. Mas, na próxima segunda-feira, se o encontro for entre membros da mesma famílias e que todos estejam bem de saúde, e cada um no seu espaço, a diversão pode acontecer sem o uso desse item. Agora se em uma praça tiver outras crianças de famílias desconhecidas, deve-se ter cuidado”, lembrou.

“Acredito que o Dia das Crianças será de felicidade, até porque a importância do brincar no desenvolvimento social, emocional e cognitivo das crianças nesse período de pandemia não só se restringe as crianças, pois os adultos podem e devem participar desse universo”, comentou.

Confira a entrevista com a psicopedagoga Graciela Ziebert