Saúde e Bem-estar

Vacina contra a dengue está em fase de estudos com humanos

O estudo começou em junho de 2016 e tem previsão de até 2023 seja concluída e assim distribuída pelo SUS

Para diminuir os casos de dengue no Brasil e evitar uma nova epidemia, instituições públicas de pesquisa e empresas, como o Instituto Butantan, em São Paulo, a companhia japonesa Takeda e a americana Merck Sharp & Dohme (MSD) vêm trabalhando para desenvolver vacinas contra a dengue. 

Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a dengue é uma doença comum em Roraima por ser uma área endêmica. Ainda sem cura, a doença apresenta sintomas como febre alta, forte dor de cabeça e dor atrás dos olhos.

De acordo com o oncologista e pesquisador da Universidade Federal de Roraima, Alex Jardim, uma vacina chegou a ser distribuída pelo SUS e liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas em seguida, estudos do próprio fabricante indicaram que ela apresentava riscos para pessoas que nunca tiveram contato com nenhum dos vírus da dengue, sendo assim cancelada. 

“Essa vacina chegou a ser aplicada pelo Sus no Paraná e também foi vendida por laboratórios privados, mas houve uma recomendação da Anvisa de não vacinar mais por que ela não tinha uma eficácia tão boa, e estudos mostraram também que quem tomava vacina tinha sintomas de dengue mais graves depois da vacina.” explicou.

Entre as estratégias para conter essa ameaça está a vacinação (Foto: Divulgação)

A partir de 2016, após a aprovação da Anvisa, uma nova vacina começou a ser estudada. A pesquisa é feita por 16 centros de pesquisa clínica nas cinco regiões do país, avaliando se a vacina realmente protege contra dengue, em 17 mil voluntários. 

 “Dessa vez o estudo trouxe uma vacina com características melhores que atua sobre os quatro tipos diferentes de dengue e no momento ela está em sua última fase antes de ser distribuída” explicou. 

Segundo o médico, a vacina faz parte de um estudo, considerado como o maior da América Latina, que reúne pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos. O estudo começou em junho de 2016 e tem previsão de até 2023 seja concluída e assim distribuída pelo SUS.

Com os resultados positivos, a nova versão, que exige uma única aplicação, será submetida à aprovação das agências regulatórias em alguns meses.

“Temos que acompanhar todas os protocolos da Vigilância Sanitária, onde aqueles que receberam a vacina são acompanhados e até o momento estamos tendo um resultado muito positivo da cobertura dessa vacina, o que mostra que antes de 2023 já tenhamos um resultado preliminar em relação à pesquisa” disse.

A doença apresenta sintomas como febre alta, forte dor de cabeça e dor atrás dos olhos (Foto: Graffo)