Cotidiano

Você na Folha debate Família

Na sua opinião, o padrasto ou madrasta pode repreender o enteado?

O retrato da família brasileira mudou. O número de divórcios aumenta a cada dia, e é preciso se adequar a uma nova realidade. Conviver com padrasto ou madrasta é um desses desafios modernos. Para os filhos, não é fácil ver outra pessoa no lugar de seus pais dentro de casa. Na situação contrária, também existem dificuldades de lidar com os filhos de uma união anterior do parceiro. Na sua opinião, o padrasto ou madrasta pode repreender a criança? Por quê?

Raquel Cantuário, 30 anos, estudante (Fotos: Wenderson Cabral/Folha BV)

“Acredito que sim, porque se a pessoa está ajudando na criação não tem porque não haver um diálogo entre o adulto e o enteado. Geralmente nesses casos, a madrasta ou padrasto passa um bom tempo com a criança, às vezes ficam responsáveis enquanto os pais vão resolver alguma situação do dia a dia, por isso creio que os padrastos podem sim educar e repreendê-lo desde que não haja agressão física”.

Leomary Leal, 23 anos, professora (Fotos: Wenderson Cabral/Folha BV)

“Em minha opinião, o padrasto ou madrasta não devem ter essa autonomia sobre os enteados, porque existem situações em que há agressão verbal ou física. Eu particularmente sofri traumas na infância relacionados a um padrasto que tive. Minha sorte foi que algumas tias me tiraram da minha mãe, e me criaram. Não acho que os padrastos devam ter tanta autonomia, pois alguns se aproveitam disso, até mesmo para abusar sexualmente da criança. Cada caso é um caso, no entanto, não apoio isso”.

Lucas Reis, 17 anos, estudante (Fotos: Wenderson Cabral/Folha BV)

“Acredito que não tenha problema haver um diálogo, desde que não aja repreensão física. Acho que ninguém deve agredir uma criança fisicamente, nem mesmo os pais. Em minha opinião, se a pessoa estiver ajudando na criação, ela pode falar, explicar e repreender na hora em que o enteado comete um erro. Se a madrasta ou padrasto não estiver causando nenhum trauma, creio que não há problema algum nisso”.

Kayk Silva, 24 anos, técnico em segurança eletrônica (Fotos: Wenderson Cabral/Folha BV)

“Pode sim, não há problema nenhum nisso. Eu particularmente fui criado pela minha madrasta e sou muito grato à criação que recebi. Acredito que se não fosse minha madrasta, eu não seria quem sou hoje. Alguns amigos meus foram criados com pai e mãe e acabaram se envolvendo com coisas erradas, alguns foram presos, outros se tornaram usuários, e eu pelo contrário estudei, procurei me estabilizar em um trabalho, moro sozinho e possuo minha independência. Muitas pessoas achavam errado o fato dela me corrigir no momento em que merecia, mas hoje reconheço e sou grato por tudo que ela fez por mim. Para mim, minha madrasta é como se fosse minha mãe”.

Yarany Avelino, 33 anos, manicure (Fotos: Wenderson Cabral/Folha BV)

“Acredito que pode sim haver uma correção. O que não pode é haver agressões físicas. O fato do padrasto repreender e ensinar mostra que há uma preocupação com o futuro do enteado. A partir do momento que a pessoa se relaciona com uma outra que possui filhos de outra união, automaticamente ela se responsabiliza pela criação da criança. Eu fui criada por madrasta e sou muito grata pela forma que ela me ensinou a viver”.

Yonpieer Alegre, 38 anos, comerciante (Fotos: Wenderson Cabral/Folha BV)

“Acredito que pode haver repreensão sim, até porque madrasta ou padrasto assumem o papel dos pais. O que não concordo é o fato dos padrastos quererem abusar das crianças, seja fisicamente ou sexualmente. Fora isso, se há realmente a vontade de ajudar na criação, creio que não tem problema algum a pessoa orientar, conversar ou repreender no momento em que a criança ou adolescente cometer algum erro”.