Cotidiano

Você na Folha debate Sistema de Cotas

As cotas para índios, negros e pessoas de baixa renda têm sido alvo de muitas críticas pelos mais diversos setores da sociedade. A cada ano, vemos aumento de denúncias referentes aos sistemas de cotas oferecidos pelas universidades federais do País. Em Roraima, não é diferente. Este ano, já foram registradas várias denúncias de fraude. A equipe da Folha foi às ruas para ouvir a opinião da população a respeito do assunto.

 Betânia Luiz, 17 anos, estudante (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

“Os casos de denúncias que lemos nos jornais envolvem pessoas com desvio de caráter que se aproveitam de brechas para tirar algum tipo de vantagem no sistema de cotas. É por isso que sou contra as cotas, porque todos devem concorrer de igual pra igual. Se a corrupção chegou até o regime de cotas, é melhor que todos concorram de forma igualitária”.

Carla de Souza, 27 anos, dona de casa (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

“Não sou a favor das cotas. Sou a favor que todos tenham os mesmos direitos para entrar em uma universidade. A cor da pele, etnia ou limitações físicas não devem ser encaradas como necessidades especiais. Buscamos por um mundo mais justo, as cotas reafirmam que existem diferenças e preconceitos”.

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Igor Tiago, 19 anos, estudante (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

“Cotas favorecem alguns grupos sociais. É claro que as diferenças existem, mas não são motivos para privilégios. A cor da pele, por exemplo, não deveria estabelecer se somos capazes ou não de estudar em uma universidade pública”.

James Martins, 22 anos, estudante (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

“Penso que é injusto ter vagas direcionadas para cotas. Elas causam divisão de classes sociais e excluem, de alguma forma, indígenas e negros. Pra mim, todos deveriam ser vistos como iguais. As diferenças de cor, por exemplo, deveriam ser encaradas de forma natural. Somos seres humanos e é isso que mais importa”.

 Vitória Queiroz, 16 anos, estudante (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

“Sou contra as cotas. Elas anunciam a desigualdade social em que vivemos. Negros e brancos têm a mesma capacidade intelectual para conseguir uma vaga na ampla concorrência. Não precisamos reafirmar a desigualdade por meio do regime de cotas”.

Max Délio, 39 anos, sociólogo (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

“Sou a favor das cotas. Por mais que a universidade se mostre como um local público, existe sim uma parcela da população que pode recorrer ao cursinho preparatório para aumentar as chances, enquanto os de baixa renda não possuem a mesma oportunidade. Quando analisamos as diferenças por cor por meio de um censo, observamos que os negros são minoria em cargos influentes”.