Opinião

A calmaria

A agitação da vida é variável, mas em qualquer momento podemos ser chamados aos desafios e questionamentos que nos fazem acelerar o processo de amadurecimento. O mundo não é um parque de diversão como muitos pretendem, mas uma escola onde as almas são educadas com vistas ao trabalho, ao desenvolvimento moral e à fraternidade do amor. As escalas para o céu são compostas por degraus de aprendizagem, renovação interior e consolo exterior. Se os mares bravios formam os melhores marujos e capitães, algo semelhante pode ser dito em relação àqueles que conseguiram entender o recado da existência. As dores e situações difíceis são suavizadas a partir do instante que se percebe que há um sentido por trás. Uma finalidade, um despertar, uma atenção para as lições em jogo. 

Para Viktor Frankl, criador da logoterapia e ex-prisioneiro nos campos de concentração da segunda grande guerra, a vida tem um sentido. Mas, é necessário esforço e vontade para sua definição. Seja por meio do trabalho que edifica a dignidade humana, seja por meio de uma causa ou uma pessoa amada. 

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Ter um propósito permite manter a calma mental, apesar das turbulências exteriores. A partir do momento que o mundo interior se tranquiliza, é possível ser o peso de arrimo que equilibra a situação para todos. É convidar o progresso para sentar no banquete da vida, mesmo que os temperos sejam intensos e fortes. Que sejamos então os glutões, não para o estômago e para o sexo, mas para algo que nos afaste da animalidade. Propósitos e valores edificantes para a construção de uma vida nobre e superior.

Paulo Hayashi Jr – Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp.