OPINIÃO

A importância da profissão do psicólogo para as empresas

 *Por Adriana Isidio

A atuação do psicólogo no âmbito organizacional é de suma importância e pode ser aplicada em diversos contextos, sendo três deles especialmente relevantes: avaliação psicossocial, saúde mental e recrutamento e seleção.

As avaliações psicossociais e programas de saúde mental conduzidas por esse profissional são fundamentais pois problemas como estresse excessivo, ansiedade e depressão, riscos inerentes ao trabalho em determinados ambientes, entre outros podem impactar negativamente em diversos aspectos como, por exemplo, a produtividade da empresa e acidentes de trabalho. Investir na avaliação e prevenção precoce desses problemas pode evitar absenteísmo e afastamentos prolongados.

É importante destacar os custos e vidas associadas a essas questões. Dados disponíveis até setembro de 2021 mostram que acidentes de trabalho causam, em média, 7 mortes por dia no Brasil e, consequentemente, geram prejuízos significativos para a economia – totalizando cerca de 13 bilhões de reais em despesas pagas pelo INSS, segundo dados disponíveis no Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho (SmartLab), elaborado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Já os transtornos psicológicos são a terceira maior causa de afastamento de trabalhadores no país. Ainda segundo o SmartLab, estima-se que mais de 46 mil dias de trabalho são perdidos anualmente devido a afastamentos previdenciários relacionados a acidentes e doenças psicológicas. Esses números evidenciam a necessidade de uma atuação proativa e eficiente do psicólogo no ambiente organizacional para lidar com essas adversidades e ajudar a promover um ambiente laboral seguro e saudável.

Além disso, a promoção da inclusão, diversidade e respeito é igualmente fundamental. A instituição que valoriza a diversidade de raças, credos, etnias e opiniões cria um ambiente onde cada indivíduo se sente respeitado e acolhido. Essa pluralidade de perspectivas pode impulsionar a criatividade, a inovação e o desempenho geral da equipe, criando uma atmosfera de trabalho mais enriquecedora e positiva. Ao cultivar e investir nestes fatores, as corporações fortalecem a saúde mental de seus colaboradores, gerando um ambiente de trabalho mais feliz, produtivo e harmonioso.

Nesse contexto, o papel do psicólogo se torna ainda mais relevante e imprescindível pois colabora ativamente na definição, condução e manutenção de programas de saúde mental, inclusão e clima organizacional. Podem inclusive, orientar líderes e gestores na adoção de práticas que promovam um ambiente mais positivo e acolhedor, como o incentivo às atividades de integração, treinamentos sobre empatia e liderança inclusiva.

Quando falamos de recrutamento e seleção, os processos seletivos representam um dos momentos cruciais para o sucesso de uma companhia. Aqui, o papel do psicólogo contribui para garantir que as contratações sejam feitas de forma assertiva e estratégica, visando selecionar profissionais que estejam alinhados tanto com as competências técnicas necessárias quanto com a cultura organizacional.

Os ambientes corporativos podem ser exigentes e estressantes, e é nesse contexto que o psicólogo organizacional desempenha um papel fundamental, uma vez que sua atuação impacta diretamente na produtividade, satisfação no trabalho e qualidade de vida dos funcionários. Assim, ao valorizar e investir nesse profissional dentro das empresas, gestores demonstram uma preocupação genuína com seus colaboradores, se beneficiando de equipes mais motivadas, produtivas, resilientes e preparadas para enfrentar os desafios do mundo corporativo com maior capacidade e eficácia.

A parceria entre a psicologia organizacional e as empresas é um caminho promissor para o sucesso mútuo e para a construção de ambientes de trabalho e profissionais mais saudáveis, inclusivos e prósperos.

*Adriana Isidio é Gerente de Marketing e Comunicação na Vetor Editora. Graduada em Comunicação Social, pós-graduada em Gestão Empresarial pela ESPM e em Gestão Estratégica em Comunicação Organizacional e Relações Públicas pela USP, onde defendeu a tese “A importância da comunicação interna no apoio à prevenção e manutenção da saúde mental das pessoas nas organizações”.