
Por Patrícia Barbosa
O Brasil está no topo. Segundo o estudo “Mercado Brasileiro de Software: panorama e tendências 2025”, da ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software), o país está na 10ª posição no ranking mundial de investimentos em tecnologia, consolidando-se como o principal mercado emergente do setor. O dado não apenas celebra o vigor do segmento, como impõe novos desafios, entre eles, o de fortalecer uma comunicação estratégica, integrada e voltada à geração de valor.
Em um mercado cada vez mais competitivo, a comunicação vai além de relatar inovações: ela é parte ativa da estratégia de negócios. Empresas de tecnologia que comunicam bem suas soluções, propósito e diferenciais conquistam mais que atenção, ganham autoridade, atraem investimentos, educam o mercado e fidelizam clientes e talentos.
A revolução não é só digital: exige nova comunicação
Com a digitalização acelerada, a maneira como as empresas se comunicam também precisa evoluir. Personalização, dados, automação e omnicanalidade não são mais diferenciais – são obrigações. Segundo o relatório State of Marketing 2024, da Salesforce, 73% dos entrevistados esperam que as marcas entendam suas necessidades individuais e entreguem experiências sob medida.
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Isso exige integração entre marketing, vendas, comunicação e atendimento. Ferramentas como CRMs, plataformas de automação e inteligência artificial ampliam a capacidade das empresas de oferecer uma comunicação eficiente e escalável. No entanto, a tecnologia por si só não resolve. É preciso conteúdo de qualidade, com narrativas relevantes e embasadas, que dialoguem com as diferentes personas do setor.
Desafios e oportunidades
Apesar dos avanços, a maturidade da comunicação nas empresas de tecnologia ainda é desigual. Muitas ainda operam de forma reativa, sem planejamento editorial estruturado ou integração entre as áreas. Além disso, há barreiras como a complexidade técnica das soluções, o excesso de informação disponível e a dificuldade em adaptar a linguagem para diferentes públicos.
Mas há também oportunidades pouco exploradas. Parcerias com influenciadores técnicos, colaboração com associações do setor, uso de novos formatos como vídeos curtos e conteúdos imersivos, além do fortalecimento da comunicação ESG, cada vez mais relevante para investidores e consumidores.
Inbound PR: quando um conteúdo de valor encontra autoridade e gera demanda
Entre as metodologias mais promissoras está o Inbound PR, que une a criação de conteúdo educativo do inbound marketing com a credibilidade das relações públicas. Essa abordagem é especialmente assertiva no setor de tecnologia, em que o ciclo de vendas é consultivo e o nível de informação do consumidor impacta diretamente nas conversões.
Vale ressaltar que a comunicação no setor de tecnologia não pode ser vista como um acessório. Ela é parte integrante da inovação. Comunicar bem é traduzir, educar, conectar e inspirar. É fazer com que o valor das soluções desenvolvidas chegue a quem precisa delas, no momento certo, pelo canal adequado.
Em um cenário em que o Brasil figura entre os maiores investidores globais em tecnologia, é preciso que as empresas do setor também assumam uma postura de liderança comunicacional, não apenas para vender, mas para transformar.
Patrícia Barbosa é Diretora de Operações da EPR Comunicação Corporativa, agência de comunicação pioneira na implementação da metodologia Inbound PR há mais de 30 anos atendendo empresas de diferentes portes e segmentos.