OPINIÃO

As muletas voando cada vez mais longe

As muletas voando cada vez mais longe

Durante o período pandêmico, em que tirou tudo do lugar, e nos obrigou a ficar em casa, isolados, vez que éramos ameaça uns aos outros, aproveitei o tempo para escrever um livro e começar o curso de Jornalismo.

O curso já está nos derradeiros semestres, colo grau no final do ano. Estudo à distância, uma modalidade nova de aprendizagem, que tive conhecimento no período em que o coronavírus nos obrigou a ficar em casa. Estudo pelo smartphone e uma vez por mês vou ao Polo Athenas, onde faço as provas. Tudo muito prático. Com isso tenho tempo para trabalhar como Subsecretário de Turismo do Maranhão, a convite do governador Carlos Brandão, para compor a Setur, e trabalhar pela acessibilidade de nossas cidades, com o olhar de quem já visitou 151 países em todos os continentes da terra.

Há tempos tinha o desejo de escrever um livro, narrado o acidente que sofri, em um final de tarde chuvosa, em junho de 2003, no interior do RN, no nordeste brasileiro.

Acidente que me impossibilitou de caminhar por cinco anos; deixando-me preso a leitos hospitalares e cadeira de rodas. Além de passar por 43 intervenções cirúrgicas, primeiro em Natal, para onde fui removido após o grave acidente; em São Luís e finalmente em São Paulo.

Em conversa com o amigo Raimundo Gama, colega dos bancos escolares do Colégio Batista, dono da editora N’versos, ele me estimulou a escrever o livro, que ele publicaria.

Terminado o livro, enviei o original para a editora, que fez a revisão e foi publicado como o nome “Das muletas fiz asas”. Faltava o prefácio.

Em 2019 estive em NY, a convite do amigo Orlando Moreira, fui até a Globo Internacional, onde conheci todo o staff. Fui apresentado ao mundo por Lucas Mendes que comandava o prestigiado “Manhattan Connection”. Conheci Sandra Coutinho, correspondente internacional da Globo. Trocamos Contatos.

Quando o livro ficou pronto, perguntei se ela poderia escrever o prefácio. De imediato ela escreveu e me enviou. Foi gentil e generosa, me apresentando como Luiz Giramundo.

O livro foi lançado primeiramente em São Luís, em 22 de junho de 2022, em um concorrido evento na livraria AMEI. Ainda eram tempos difíceis, por causa do isolamento; mesmo assim reuni amigos, colegas do Batista, da faculdade, do Rotary, vizinhos, professores, minha família. Muitos de máscaras.

Em setembro de 2023 foi lançado em São Paulo, na tradicional livraria Martins Fontes, na avenida Paulista. Outra vez reuni amigos queridos residentes na capital econômica do país.

Agora foi a vez das muletas transformadas em asas atravessarem o oceano Atlântico. Vim lança-lo na Cidade do Porto. Amo Portugal, e estar neste pequeno país, terra de Fernando Pessoa, meu poeta preferido, é uma honra e privilégio.

A convite do querido Francisco Brandão, um amigo que a vida me presenteou, fui apresentado a Sérgio Carreiro, vice-presidente do Clube Fenianos, o mais tradicional clube cultural do norte do Portugal. Sérgio, entrou em contato comigo convidando-me para o lançamento. O Clube Fenianos que este ano completou 120 anos é um local de cultura, arte, de dança, e exposição.

O lançamento no Porto foi a oportunidade de reunir muitos maranhenses que ali residem, e também os companheiros dos Rotary Clubes locais.

Presente no lançamento o professor José Augusto Silva Oliveira, meu mestre no curso de Agronomia, ex-reitor da Universidade Estadual do Maranhão, UEMA; companheiro do Rotary e confrade do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, IHGM, que atravessou o Atlântico para me prestigiar. Impossibilitado de estar presente, meu amigo Raimundo Gama enviou o editor Santos Silva.

Na apresentação do livro, diante de um auditório cheio, tive a oportunidade de falar de minha trajetória de vida, minha visão de mundo, as andanças pelo planeta Terra, e acima de tudo da GRATIDÃO que tenho ao DEUS VIVO que me conduziu até aqui. Pois sem DEUS nada disso teria acontecido.

As muletas continuam a voar pelo mundo, descobrindo lugares, conhecendo pessoas, aprendendo coisas novas, criando memórias que se transformarão em novos livros.

No outono da vida me descobri um Forrest Gump, andarilho e contador de histórias. Agora no Porto, Portugal. Vamos em frente, ainda há muito chão a pisar……..com muletas.

Luiz Thadeu Nunes e Silva, Eng. Agrônomo, Palestrante, cronista e viajante: o latino americano mais viajado do mundo com mobilidade reduzida, visitou 151 países em todos os continentes da terra. Autor do livro “Das muletas fiz asas”. 

Membro do IHGM, Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. ABLAC, Academia Barreirinhense de Letras, Artes e Ciências, ATHEAR, Academia Atheniense de Letras e Artes