Por João Spenthof*
O fim de ano é marcado por muitas comemorações. Nesta lista podemos incluir conquistas pessoais e profissionais, confraternizações, a chegada de um novo ano… Para as cooperativas financeiras há um motivo a mais para celebrar, pois 28 de dezembro é o Dia Nacional do Cooperativismo de Crédito. Instituída pela Lei 12.620/12, a data foi criada para homenagear esse modelo de instituição financeira que une pessoas com os mesmos objetivos, e que sem dúvida é o futuro da sociedade. E para o Sicredi, essa ocasião tem um gostinho especial, já que é aniversário de fundação da primeira cooperativa de crédito do Brasil, a Sicredi Pioneira RS, em Nova Petrópolis/RS, que completa 122 anos.
Mas não é só do Sicredi que vamos falar neste artigo. Vamos ressaltar os benefícios gerados pela atuação de todas as instituições financeiras cooperativas. Sobre como essa filosofia de vida reflete no desenvolvimento local e transforma realidades. Atualmente, são mais de 750 cooperativas em operação no Brasil, que formam a maior rede de atendimento físico do País, com quase 10 mil agências. Em mais de 800 municípios, as cooperativas são as únicas instituições financeiras disponíveis. São aproximadamente 17,3 milhões de cooperados, pessoas que confiam nesse modelo e no seu propósito.
Já dissemos inúmeras vezes que as cooperativas de crédito têm vocação para desenvolver comunidades e uma pesquisa recente divulgada pelo Sistema OCB ratifica essa afirmação. O estudo, feito em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas (Fipe) com apoio do Conselho Consultivo Nacional do Ramo Crédito (Ceco), reuniu dados de 2018 a 2023 para mensurar a relevância do segmento no Brasil e seus benefícios. Os dados impressionam.
O estudo confirma que a presença das cooperativas de crédito gera resultados positivos na economia, criam mais empregos e geram receita para os governos – por meio da arrecadação tributária -, além de impulsionar o setor do agronegócio, promover a inclusão financeira e reduzir a pobreza. Sobre esse último item, os dados materializam o que chamamos de transformação de realidades.
Conforme a pesquisa, nas cidades com atuação das cooperativas de crédito verificou-se uma queda de 20,5 famílias por mil habitantes no Cadastro Único e de 24,8 famílias no Programa Bolsa Família, o que evidencia o papel das cooperativas para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Outro dado apurado foi o efeito multiplicador do crédito cooperativo. Cada 1 real de crédito concedido gera R$ 2,56 em atividade econômica, R$ 1,17 em valor adicionado e 50 centavos na massa salarial. Além disso, para cada R$ 1 milhão em crédito, 22,8 novos empregos são criados, fortalecendo ainda mais o mercado de trabalho, a geração de renda, resultando em desenvolvimento socioeconômico.
Na macroeconomia, os efeitos também são percebidos. De acordo com o estudo, as cidades que contam com cooperativas de crédito têm incremento de R$ 3.852 no Produto Interno Bruto (PIB) per capita, o equivalente a 10% da média nacional em 2021. A criação de empregos se destaca, com 25,3 novos postos de trabalho por mil habitantes, 15,1% acima da média nacional. No empreendedorismo, o aumento indicado é de mais 3,2 estabelecimentos por mil habitantes, 15,6% da média brasileira.
Sem dúvidas estamos falando de um sistema que é o futuro da sociedade que é comprometida com valores como cooperação, igualdade, justiça, enfim, com o bem-estar de todos. E para quem ainda não faz parte, encerramos este texto com um convite para conhecer as cooperativas financeiras. Temos certeza de que ficará encantado e se perguntará: por que não me associei antes?
*João Spenthof é presidente da Central Sicredi Centro Norte e vice-presidente da OCB/MT (Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Mato Grosso)