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“Bom é louvar-te, Senhor, e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo, para, de manhã, anunciar a tua benignidade e, todas as noites, a tua fidelidade.” (Salmo 92:1-2)
A leptospirose é uma infecção aguda, muito grave, causada pela bactéria Leptospira, a qual é transmitida por alguns animais para os seres humanos. Essa doença bacteriana pode afetar o fígado, os rins, os pulmões e o coração. Os sintomas surgem entre 7 e 14 dias após o contato do paciente com a bactéria.
A Leptospira pode sobreviver por muito tempo nos rins dos animais infectados sem provocar nenhum sintoma. No meio ambiente, pode permanecer ativa por até seis meses depois de ter sido excretada pela urina.
O contágio ocorre pelo contato direto com a urina dos animais infectados ou pela exposição à água contaminada pela bactéria, que penetra no organismo através das mucosas e da pele íntegra ou com pequenos ferimentos, disseminando-se na corrente sanguínea. Os principais transmissores da doença são roedores, suínos, caninos e bovinos.
No Brasil, os principais vetores da leptospirose são os ratos urbanos, como as ratazanas, os ratos de telhado e os camundongos.
O número de casos aumenta na estação das chuvas, devido às enchentes e inundações. No entanto, é importante ressaltar que o risco não desaparece quando os níveis das águas baixam, pois a bactéria continua ativa nos resíduos úmidos por um longo período.
Os sintomas incluem febre alta de início repentino, dor nas articulações, mal-estar, dor muscular (mialgias), especialmente na panturrilha, dor de cabeça e no tórax, olhos vermelhos (hiperemia conjuntival), fotofobia, dor ocular, tosse, cansaço, calafrios, náuseas, diarreia, desidratação, exantemas (manchas vermelhas no corpo) e meningite.
Em geral, a leptospirose é autolimitada, ou seja, os sintomas regridem após três ou quatro dias. Entretanto, essa melhora pode ser transitória, podendo evoluir para icterícia, hemorragias, complicações renais, torpor e coma.
O diagnóstico na fase inicial pode ser confundido com outras doenças, como malária, hepatite, dengue e gripe, visto que os sinais e sintomas são semelhantes. Por isso, o médico pode estabelecer o diagnóstico diferencial por meio de exames sorológicos ou pelo isolamento da bactéria em cultura, a partir de amostras de sangue ou líquor (líquor é o fluido que protege o Sistema Nervoso Central – SNC, composto pelo cérebro e pela medula espinhal).
Os exames laboratoriais recomendados incluem TGO, TGP e gama-GT (gama-glutamiltransferase), uma enzima presente no fígado, na vesícula biliar, no pâncreas e nos rins, utilizada para avaliar a saúde hepática. Outros exames indicados são fosfatase alcalina, CPK, dosagem de sódio (Na) e potássio (K), radiografia de tórax, eletrocardiograma e gasometria arterial, que mede o pH e os níveis de oxigênio (O₂) e dióxido de carbono (CO₂) no sangue.
Para prevenir a leptospirose, é essencial adotar medidas de higiene, como descartar o lixo corretamente, consumir apenas água tratada, lavar bem frutas e verduras que serão ingeridas cruas, vacinar os animais domésticos e manter limpos os recipientes onde são servidos seus alimentos e água. Além disso, é fundamental manter caixas d’água sempre tampadas, utilizar luvas e botas de borracha ao trabalhar em locais que possam ser reservatórios da Leptospira e nunca se automedicar. O tratamento da doença deve ser realizado exclusivamente por um médico.
Marlene de Andrade – Médica/Universidade Federal Fluminense/1976- CRM: RR 339; Aperfeiçoamento em Saúde Mental no HFA em Psiquiatria-DF/780h; Perita a Condutores de Veículos Automotores/ABRAMET-USP; Pós-Graduação em Medicina do Trabalho/Universidade Gama Filho; Título de Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT- RQE: 341; Aprovada em concurso como Médica do Trabalho do Estado de RR/2008; Pós-graduação em Perícias Médicas/Fundação UNIMED; Especialização em Saúde Pública pela/UNAERP; Técnica de Segurança do Trabalho – SENAI/IEL