As dificuldades, os problemas e os invernos da vida podem deixar marcas profundas em almas menos avisadas. Todavia, para o completo reerguimento, para que a primavera volte a florir de modo intenso e pleno, é essencial que se faça a limpeza interior. Perdoar àqueles que não te compreenderam em outra hora, bem como pedir perdão aos que foram feridos pelas tuas lanças da imprudência e da amargura. É essencial esta harmonização com destaque para o autoperdão.
Não se pode trilhar a felicidade interior se há motivos pessoais para se boicotar. A higiene dos erros próprios é tão valiosa quanto perdoar as falhas alheias. Em todos os casos, como nos lembra o mestre Nazareno, é fundamental perceber que ninguém é perfeito e, com a perspectiva certa da compaixão e da caridade, todos podem se levantar e se ajudar. Não é necessário o martírio da carne, tampouco da alma, mas o arrependimento e a caridade para o refazimento e a suavização dos equívocos.
A bondade de Deus está justamente em nos perdoar e dar a chance do recomeço; de crescer a partir de nossa conscientização. A consciência que desperta para a situação sabe que a organização interna é vital para que as boas obras aconteçam e que por meio delas, a vida saudável e feliz pode ser recondicionada em novas perspectivas. Não dos erros ou aparências, mas daquilo que importa. Sem ela, seria como querer construir um prédio elevado, mas com alicerces e fundações frágeis. O Cristo interior é o arrimo da vida benquista maior.
Paulo Hayashi Jr. – Doutor em Administração. Professor e pesquisador da Unicamp.