*Por Amanda Rodrigues
Nos últimos anos, temos testemunhado uma verdadeira ascensão do mundo gamer como meio de entretenimento, influência e lucro para as empresas que apostam no setor. Além da diversão garantida para 82,1% de brasileiros que jogam como entretenimento, segundo Pesquisa Game Brasil (PGB) de 2023, a indústria tem desempenhado um papel relevante na carreira e formação de profissionais no país.
Isso porque o Brasil tem se tornado referência no segmento e é considerado um mercado em expansão. Acompanhando essa vertente, está a oferta de vagas em tecnologia, que apresentou um crescimento, em 2022, de 28,6% em relação ao ano anterior, segundo levantamento da Infojobs publicado este ano. Esse índice eleva automaticamente a maior procura por cursos na área de tecnologia, como desenvolvimento, digital e games.
Para se ter uma ideia do quanto esse mercado representa para o país, 58% das desenvolvedoras de jogos nacionais vendem produtos para outros países, sendo que 10% têm representantes ou relações públicas fixas contratadas no exterior, de acordo com pesquisa realizada este ano pela Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Digitais (Abragames).
Em termos de acesso à tecnologia de software, não existe limitação para as empresas brasileiras quando comparadas com outros mercados. E é justamente pela expansão das desenvolvedoras de jogos que o interesse da população em ingressar nesse tipo de mercado tem aumentado. Segundo a PGB, 58,3% das pessoas acreditam que o setor oferece boas oportunidades de trabalho e carreira nas áreas de criação de conteúdo (68,3%); publicidade ou marketing (68%); programação (66%); efeitos visuais (65,7%); e arte, ilustração ou animação de jogos (65%).
É compreensível que um mercado que deve movimentar US$ 188 bilhões em 2023, o que representa um crescimento de 2,6% na comparação com 2022, segundo o novo estudo da Newzoo – uma plataforma de pesquisa e análise de dados especializada no setor – desperte o interesse de um público engajado com o assunto e com o anseio de unir a diversão à profissão.
Porém, é importante lembrar que muitos dos jogadores que consideram atuar na área de games têm voltado seus olhares apenas para áreas de tecnologia, o que é compreensível, afinal é o que move o mercado. No entanto, há profissões secundárias que também podem levá-los para o emprego dos sonhos.
Por trás de cada desenvolvedora de jogos, é possível encontrar uma enorme infraestrutura composta por pessoas de diversas áreas. Como exemplo, a maioria das organizações de eSports é gerida por profissionais da área administrativa, além de responsáveis por marketing, comunicação, jurídico etc. Apesar de estarem por trás de toda a instituição, são eles quem ajudam a fazer com que o produto final ou o time de competição aconteçam e cheguem ao sucesso.
E quando falamos especificamente dos e-atletas, também é possível pensar em profissionais como nutricionistas, psicólogos, preparadores físicos e fisioterapeutas para ajudar a melhorar a performance nos jogos e extrair o melhor de suas habilidades.
À medida que a indústria de games continua a crescer e evoluir, mais e mais oportunidades serão criadas não apenas em áreas de tecnologia, mas para muitas outras também. Portanto, é seguro afirmar que o mercado de games continuará a ser um motor de crescimento para mais vagas de emprego no país, além de impulsionar a economia do Brasil.
* Amanda Rodrigues é Gerente de Marketing da Lity.