OPINIÃO

Quando uma Escola Pode Mudar o Mundo

*Dolane Patricia

“A escola não transforma a realidade, mas pode ajudar a formar os sujeitos capazes de fazer a transformação: da sociedade, do mundo, e de si mesmos. Da mesma forma, ‘a Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo.'”

Essa é uma das lições de Paulo Freire. 

Tive a oportunidade de conhecer uma escola que me ensinou que educação vai muito além do ensino acadêmico. O ambiente escolar é um espaço não apenas de aprendizagem acadêmica, mas para o desenvolvimento em todas as áreas da vida. Por isso, toda escola relevante para a sociedade tem o compromisso de promover projetos significativos para os seus alunos. Sabendo disso, o Colégio Adventista de Boa Vista assumiu o compromisso com a formação integral de seus alunos (nos aspectos físico, mental, emocional, social e espiritual). São inúmeros os projetos que acontecem durante o ano letivo e que, de fato, podem mudar a forma de pensar de um aluno, transformando sua vida, seu destino e até sua geração.

Um deles é o projeto “Hábitos de Estudo”. No início de cada bimestre, nossos alunos são motivados e orientados sobre hábitos de estudo em casa. São lançadas dicas e desafios para que eles pratiquem novos hábitos de estudo.

Outro projeto é o “Mérito Acadêmico” e a “Noite do Oscar e dos Pequenos Brilhantes”. No aspecto acadêmico, além do projeto de hábitos de estudo, temos o Mérito Acadêmico, bimestralmente, para os alunos de todos os segmentos. Eles são premiados com certificados de bronze, prata, ouro e diamante ao final de cada bimestre. Os alunos que, nos quatro bimestres, alcançam três diamantes, participam da “Noite do Oscar e dos Pequenos Brilhantes”, destinada à Educação Infantil. Isso os incentiva a alcançar as melhores notas nas avaliações e trabalhos, além de reforçar o quanto eles se sentem importantes.

O projeto “Anti-bullying ‘Bullying e Cyberbullying não é brincadeira, é crime'” é outra iniciativa. Sabendo que o bullying e o cyberbullying são problemas que rondam o ambiente escolar, o colégio busca conscientizar os alunos sobre a importância de respeitar o próximo, ser empático, e entender que bullying não é brincadeira, mas sim um crime. São realizadas palestras, apresentações em sala de aula e banners são fixados pelo colégio abordando o tema em diversos locais.

No entanto, o projeto que mais me chamou a atenção foi o “Projeto Bebê de Arroz”. Falar sobre sexualidade com meninos e meninas não deve ser um tabu. Eles precisam de orientação e apoio nessa fase da vida para saber lidar com sua sexualidade. Este projeto do colégio visa orientar sobre a sexualidade em seus diversos aspectos: planejamento familiar, gravidez precoce e suas consequências, doenças e o impacto de um bebê na vida de uma família não planejada. A gravidez na adolescência é um problema grave que precisa ser combatido.

Outro projeto de destaque é o “Mutirão de Natal”. No fim do ano, já é tradição do colégio arrecadar alimentos e roupas para serem doados na véspera do Natal. Alunos, funcionários e a comunidade em geral são incentivados a ajudar aqueles que necessitam de alimentos e roupas. Este ano, os itens arrecadados serão entregues durante a Cantata de Natal do colégio.

Além disso, o colégio promove a ação “Amor em Cada Fio”. Esta é uma das nossas iniciativas para promover a empatia e a cidadania na prática para os alunos. Alunas, funcionárias, professoras, mães, familiares de alunos e a comunidade em geral são desafiadas a demonstrar amor em cada fio, doando mechas de cabelo para a confecção de perucas, que serão entregues a mulheres em tratamento contra o câncer. Este ano, o projeto foi um sucesso em parceria com a Liga Roraimense de Combate ao Câncer e o CHAME da Assembleia Legislativa, embora poucas pessoas saibam disso.

Um dos projetos que mais me encanta e literalmente salva vidas é a ação “Vida por Vidas”. No ano passado, lançamos o desafio para os alunos conseguirem doadores para o Hemocentro de Roraima. Foi marcado um “Dia D”, e muitos familiares de alunos, funcionários, professores e a comunidade em geral compareceram ao Hemocentro para doar sangue, salvando assim vidas. Este ano, faremos a segunda edição em novembro.

Não poderia deixar de falar sobre questões tão importantes, pois o Colégio Adventista de Boa Vista tem um compromisso com a sociedade de Boa Vista. Muitas vezes, me perguntava se apenas pessoas pagantes poderiam participar de experiências tão fantásticas. Mas, então, descobri que o colégio também tem um projeto para crianças que não têm condições de pagar por uma escola particular, e muitas pessoas não sabem disso. Incrivelmente, pessoas chegam a chorar por perderem o prazo de inscrição para o projeto gratuito por falta de informação. Então, jurei a mim mesma que faria de tudo para que o máximo de pessoas soubesse da existência desse projeto de bolsas, algumas até totalmente gratuitas.

Como uma instituição que trabalha com filantropia, o colégio anualmente concede bolsas de estudo de 50% e 100%. Os critérios para conseguir as bolsas são os seguintes:

– *Bolsas de 50%*: A família precisa ter uma renda per capita de até 1,5 salário mínimo. O candidato passa por uma entrevista acadêmica e realiza uma avaliação.

– *Bolsas de 100%*: A família precisa ter uma renda per capita de até 3 salários mínimos e estar cadastrada no Cadastro Único. O candidato também passa por uma entrevista acadêmica e avaliação.

O processo de concessão de bolsas é todo online, pelo E-BOLSA. Os primeiros editais começam a ser divulgados em setembro. Em média, são concedidas quase 200 bolsas, entre 50% e 100%.

Vamos divulgar esses projetos? Afinal, “a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”.

*Advogada, juíza arbitral, mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia, especialista em Direito de Família, Direito Processual Civil, Execução Civil, expert em Execução, Neurociência e alta performance. Personalidade da Amazônia e Personalidade Brasileira, imortal pela Academia de Literatura Artes e Cultura da Amazônia, Núcleo de Literatura de Portugal, Núcleo de Literatura da Argentina, premiada pela Academia de Literatura dos Estados Unidos, premiada em Boston no Festival Internacional de Desenhos Animados, bem como na Argentina e França pelo desenho “Kmily e Anne: A Herdeira Esquecida”. Premiada com selo de ouro referência jurídica nacional. @draDolane_Patricia