Cotidiano

Kerry Kennedy, sobrinha de JFK visita Roraima

Vida de Kerry Kennedy tem sido dedicada à justiça igualitária, à promoção e proteção dos direitos básicos e à preservação do estado de direito

A presidente da Fundação Robert F. Kennedy de Direitos Humanos, Kerry Kennedy, filha de Robert Kennedy e sobrinha do presidente americano John Kennedy, chegou ontem, 31, a Roraima.

Ela veio acompanhada da diretora do Programa de Incidência e Litígio Internacional, Angelita Baeyens, integrante da delegação a convite da ONG Foro Penal da Venezuela, que denuncia a violação de direitos humanos e o massacre dos indígenas da comunidade de Kumarakapay, a 70 quilômetros de Pacaraima, ocorrido em fevereiro. O conflito, que deixou ao menos 14 índios venezuelanos feridos e três mortos, foi um de uma série de violências e tensões ocorridas perto da fronteira.

Segundo Kerry, o motivo da visita é avaliar a situação da população indígena da Venezuela que veio para o Brasil fugindo da violência e da crise venezuelana. Na agenda, haverá visitas a centros de refugiados, ao Hospital das Clínicas, aos centros das comunidades indígenas Taura Paru, Bananal e ao Abrigo Warao. As atividades seguem até esta terça-feira, 2.

“Temos a ânsia de saber mais sobre a situação dos refugiados venezuelanos que chegam ao Brasil. Tivemos notícias sobre o massacre na comunidade Kumarakapay e queremos conversar com os sobreviventes. Além de mostrar um pouco de solidariedade a essas pessoas que estão sendo esquecidas e sofrem tanto, e saber por quais motivos elas estão deixando o seu país, se é a situação econômica ou se se trata de repressão. É uma vergonha que essas vidas estejam sendo deixadas de lado”, ressaltou.

A vida de Kerry Kennedy tem sido dedicada à justiça igualitária, à promoção e proteção dos direitos básicos e à preservação do estado de direito. Ela começou a trabalhar no campo dos direitos humanos em 1981 como estagiária na Anistia Internacional, quando investigou abusos cometidos por funcionários de imigração dos Estados Unidos contra refugiados de El Salvador. É a primeira vez que a ativista visita o Brasil. 

FUNDAÇÃO – Fundada em 1968, a Robert F. Kennedy Direitos Humanos promove a visão de Robert F. Kennedy de um mundo mais justo e pacífico. Em parceria com alguns dos mais corajosos defensores dos direitos humanos, a fundação utiliza litígios estratégicos e advocacia para promover os direitos humanos, responsabilizar os governos e proporcionar justiça, além de liderar missões de busca de fatos em diferentes partes do mundo e produzir relatórios sobre questões fundamentais na garantia dos direitos humanos.

A Robert F. Kennedy Direitos Humanos trabalhou durante vários anos na promoção e proteção dos direitos humanos na Venezuela, juntamente com ativistas e organizações locais. Em 2017, a RFK Human Rights agraciou o venezuelano Alfredo Romero com o Prêmio Robert F. Kennedy de Direitos Humanos por seu trabalho corajoso e o de sua equipe no Foro Penal para proteger os venezuelanos de detenções arbitrárias e outras violações de direitos humanos.