Jessé Souza

Feliz Natal 1859

Feliz Natal!Embora meu pai fosse espírita e minha mãe uma benzedeira, fui criado na Igreja Católica desde pequeno. Já depois de adulto experimentei algumas passagens pelas igrejas evangélicas. Fiz uma incursão nesse sincretismo que me permitiu algumas experiências incríveis, as quais trago comigo até hoje.

Mas nunca achei que deveria mudar de religião ou cair na conversa de “ideólogos” que dizem que crer em Deus trata-se de uma alienação, uma perda de tempo. Também não combato os incrédulos ou os que são declaradamente ateus. Critico, sim, os que usam Deus como instrumento de enganação.

Esse palco que se montou contra a fé das pessoas (e não apenas contra a religião), disfarçada de “tomada de consciência”, tem ganhado a batalha na cabeça de muitas as pessoas. Atentam contra a fé no divino para que passem a crer em outros deuses concretos, que brutalizam o ser humano.

As pessoas que acham vergonhoso crer em Deus estão caindo na descrença em tudo, inclusive no próprio homem. Passou a ser vergonha amar alguém, respeitar pais, estudar, crer em Deus, respeitar as pessoas, valorizar a inteligência, cultuar o estudo e a criticidade.

Está até virando moda ser inculto, intolerante, incrédulo e individualista. Os adeptos de tudo que vai contra direitos garantidos e respeito à diversidade passam a ser aplaudidos. Embora essa “moda” ainda não tenha contaminado a todos, ela vem ganhando corpo.

O que mais me chamou atenção, nesses últimos dias, foi uma mensagem de WhatsApp pregando o fim do sonho de Natal não apenas pelo consumismo, que já sabemos, mas pelo fato de essa data nada ter a ver com o dia de nascimento de Jesus e também porque seria esta uma festa pagã.

A finalidade desta corrente em forma de mensagem não é alertar ou buscar as verdadeiras raízes da fé e do menino Jesus. O objetivo é tentar matar o encanto, a beleza, a esperança, a fé, a confraternização e o que ainda resta de divino para celebrar o Natal.

É claro que não sabemos que dia e local exatos nasceu Jesus. Óbvio que sabemos que Papel Noel não existe em carne e osso. Mas não buscamos data exata, não queremos trocar Noel por Jesus, nem o presentear só pelo consumismo. Queremos celebrar e renovar nossa fé. E por que não no dia 25 de novembro? Por que achar, agora, em um estalo, que tudo isso é pagão e não presta?

A finalidade é golpear o que ainda temos para não nos brutalizarmos e não nos entregarmos para o fim da fé e da esperança em um mundo melhor. Querem nos reduzir a nada, a seres manipulados para seus projetos inconfessáveis em que ser boa pessoa (cristã ou não) tornou-se “ser otária” ou “fora de moda”. Eles não podem matar o Natal. Não é filme repetido no fim de tarde na TV. Eles querem matar tudo aquilo que nos conecta com o divino e com o que pode salvar este mundo. Não permitam…

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