Uma audiência de instrução para oitiva de 53 testemunhas, sendo 07 de acusação e 43 de defesa, em um processo que tramita na Vara de Crimes de Tráfico de Drogas sobre Crimes Decorrentes de Organização Criminosa, Crimes de “Lavagem” de Capitais e habeas corpus teve início na quarta-feira, 07, e segue até amanhã, 09.
As testemunhas estão sendo ouvidas no Fórum Advogado Sobral Pinto e os depoimentos estão sendo acompanhados pelos acusados, por meio de videoconferência na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC).
Para atender a necessidade, o Tribunal de Justiça do Estado (TJRR), instalou na “capela” da PAMC o equipamento de transmissão e recepção de áudio e vídeo para que os reeducandos que são réus neste processo possam exercer o direito de acompanhar as oitivas das testemunhas.
Após serem ouvidas todas as testemunhas, será decidida nova data para a realização dos interrogatórios dos acusados, que acontecerá também por meio de videoconferência.
São aproximadamente vinte advogados particulares, que juntamente com a Defensoria Pública do Estado (DPE), garantem a defesa dos acusados e participam da audiência no Fórum.
ENTENDA O CASO
O processo teve início em setembro do ano passado, com uma operação policial denominada, “Mariani Wine”, que investigou possível atuação da organização criminosa denominada Primeiro Comando da Capital (PCC), no Estado de Roraima.
Ao todo foram expedidos 97 mandados de prisão preventiva. O processo foi desmembrado por haver presos no Estado de Roraima (66), em outros estados (Paraná, São Paulo e Mato Grosso dos Sul) e evadidos do Sistema Prisional.
Os crimes imputados aos acusados são: tráfico de entorpecentes e formação de organização criminosa. Os processos correm em segredo de justiça.
Mariani Wine
Nome (em inglês) de uma bebida que continha vinho e extratos de folha de coca. Foi criada em 1863, por Angelo Mariani, quem a promovia atribuindo-lhe uma grande quantidade de propriedades terapêuticas. A bebida gozou de grande popularidade entre artistas e intelectuais europeus da época.
A mistura de álcool etílico e cocaína que continha na bebida produzia um efeito estimulador do sistema nervoso central similar ao da cocaína pura, porém vinha potencializado pela geração no fígado de um terceiro composto chamado etilencoca, produto da reação do metabolismo da cocaína com o etanol
Com informações do TJRR