O principal suspeito de ter matado três pessoas e enterrado os corpos em um poço numa chácara na região do Monte Cristo, zona Rural de Boa Vista, foi apresentado na manhã desta sexta-feira, 05, na sede da Delegacia-Geral de Homicídios (DGH).
Domingos Macedo Brito Filho, o “Domingão”, de 56 anos, que já é condenado a 76 anos de prisão por ter matado uma família de quatro pessoas em um caso conhecido como a ‘Chacina do Pintolândia’, em 1996, ficará preso provisoriamente por 30 dias.
Ele pediu à Justiça que não fosse levado para a Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (Pamc) alegando que possui desafetos na unidade prisional que poderiam tentar contra sua vida. O pedido foi acatado e o acusado será encaminhado para a Cadeia Pública de Boa Vista.
O delegado titular da DGH, Cristiano Camapum, responsável pelas investigações do caso, justificou que o Estado tem a responsabilidade de manter a integridade física do preso.
“Ele fala que não quer ir pra Pamc porque tem supostos desafetos lá e que estaria seguro na cadeia pública. Não é que estamos atendendo a um benefício dele, mas é responsabilidade do sistema manter a integridade dele”, disse.
As ossadas humanas encontradas dentro de um poço na chácara que pertence ao principal suspeito dos homicídios podem ser de dois adolescentes desaparecidos desde o dia 11 de dezembro de 2017 e identificados como I. P. S., vulgo “Caxiri”, e D. D. S. de L., ambos de 17 anos. Os outros restos mortais podem ser de um caseiro que trabalhou para “Domingão” na propriedade.
Conforme o delegado, mais pessoas serão investigadas para saber de o acusado teve ajuda nos crimes. Comprovada a autoria, ele será indiciado por homicídio triplamente qualificado, cárcere privado, tortura e ocultação de cadáver. Domingos não quis falar com a imprensa, mas o advogado de defesa informou que ele nega as acusações.