Polícia

Acusado de matar namorado da ex é preso ao se apresentar na delegacia

Conforme a polícia, acusado só não matou a ex-namorada porque alegou que a “amava muito”, mas chegou a furá-la com a faca

Na noite desta quinta-feira, 09, a equipe do Setor Operacional do 1º Distrito Policial do Município do Amajari, na região Norte do Estado, coordenada pelo delegado Alberto Alencar, deu cumprimento ao mandado de prisão preventiva contra Paulo Anderson dos Santos da Silva, de 26 anos, que na noite do domingo, 05, matou a golpes de faca o jovem Brás Bernardino dos Santos Júnior, 21 anos. A vítima mantinha um relacionamento com a ex-companheira do acusado do crime. As investigações apontam o crime como sendo passional.

O mandado foi expedido pelo juiz da Comarca de Pacaraima, em parceria com o promotor de justiça do Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR). O suspeito foi preso após ser apresentado por dois advogados, que não imaginavam que o cliente já estava na condição de foragido. Os autos do inquérito destacam o assassinato como bárbaro e se refere a um homicídio triplamente qualificado.

Segundo o delegado, o crime praticado por Paulo Anderson é de homicídio qualificado, combinado com a Lei Maria da Pena e associados ao Código Penal Brasileiro (CPB), ou seja, ele matou Brás Bernardino por estar se relacionando com a sua ex-mulher, Valeska dos Santos Rodrigues, que também foi ferida e só não morreu porque, de acordo com o depoimento dela, depois que ele a furou, o acusado disse que a amava muito e não poderia matá-la. Mas ele chegou a segurar no cabelo dela, arrastá-la e jogá-la em cima do corpo de Bernardino e deu mais facadas na vítima. Ele disse: “Olha aí. Era essa a felicidade que tu queria?” [sic].

A autoridade policial reforçou que todas as circunstâncias provam que o caso surgiu em decorrência do ciúme doentio do homicida que não aceitava a separação e o relacionamento amoroso de sua ex-companheira com a vítima Brás. “Como ele não aceitava a separação, inventou subterfúgios e planejou a prática do homicídio triplamente qualificado. Eu escutei em auto de qualificação interrogatória uma testemunha que contou como foi a história toda”, destacou.

Após a comunicação por populares sobre a prática do crime, os agentes efetuaram, de forma eficiente, diligências policiais e em menos de 24 horas obtiveram todos os indícios, provas periciais e testemunhais que deram subsídios para representar pela prisão preventiva que foi deferido pela Justiça.

“O interessante dessa história é que depois que eu instaurei o inquérito policial, a equipe do Setor Operação da Delegacia do Amajari foi muito eficiente em pegar em todas as diligências as provas, inclusive conduzir as testemunhas para a delegacia. Ao ouvir as testemunhas, protocolei o pedido de prisão preventiva, que foi deferida prontamente, num trabalho harmonioso, eficaz, eficiente por parte do Ministério Público, por parte do juiz da Comarca de Pacaraima, que deu origem ao mandado de prisão. A gente não conseguia localizá-lo no município. Chegamos a fazer diligências até em Boa Vista”, salientou o delegado.

O cumprimento do mandado de prisão preventiva ocorreu nas dependências da Delegacia de Amajari. Um advogado entrou em contato com o delegado para apresentar o acusado na unidade policial, o que gerou surpresa por parte dos agentes e dos delegados que já haviam realizado muitas buscas sem sucesso. “Para nosso espanto, à noite [do dia 09], dois advogados o apresentaram. Ele estava foragido, achando que não existia nada. Eu fiz o auto de qualificação interrogatório, vida pregressa, tudo certinho, em várias laudas e, ao final, os dois advogados foram surpreendidos juntamente com o homicida, quando dei voz de prisão em cumprimento ao mandado de prisão preventiva”, enfatizou Alencar.

 “Nós queremos mostrar ao criminoso, ao homicida, que o crime não compensa e que a Polícia Civil e os órgãos de segurança pública vão estar atentos para coibir e evitar a prática de crimes desta natureza e que o homicida acabe praticando outros crimes. O perigo, neste caso, era que o criminoso retornasse para matar a ex-companheira num futuro próximo. Então, para evitar isso, é melhor que ele esteja encarcerado”, frisou.

Após os procedimentos policiais, o homicida preventivado foi conduzido à Capital para ser submetido a exame de corpo de delito, no Instituto de Medicina Legal (IML) e encaminhado para a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), onde ficará à disposição da Justiça. (J.B)