A polícia prendeu, ontem, dois suspeitos de terem matado Maria Rejane de Souza Castro, de 37 anos, crime ocorrido no sábado passado, dia 12, na casa da vítima, no bairro Nova Canaã, zona Oeste. Welson de Souza, 20 anos, e Romário da Conceição, de 22, segundo a polícia, usaram drogas com Maria e mataram-na a marteladas na cabeça e facadas no peito. Depois, eles destamparam uma fossa e jogaram o corpo da vítima dentro dele.
A vizinhança escutou o barulho e acionou a Polícia Militar, mas os policiais não entraram porque a casa estava fechada. Os vizinhos, então, ligaram para um irmão de Maria, que foi ao local e deparou-se com as poças de sangue na casa. Ele, então, acionou a PM e descobriram o corpo.
Dois dias depois, na segunda-feira, 14, uma equipe de reportagem fazia matéria na frente da casa quando um dos suspeitos, Welson, foi filmado carregando objetos da casa. “Ele foi flagrado fazendo a mudança dos móveis da casa. Welson havia premeditado o crime. Depois, ele venderia as coisas da casa e fugiria”, frisou, ontem à tarde, em coletiva, o delegado Paulo André Migliorin, adjunto da Delegacia-Geral de Homicídios (DGH).
Já preso, Welson admitiu que usou droga com a vítima na madrugada do crime, mas negou o assassinato. Ele jogou a culpa para cima do comparsa, o Romário. Os agentes da DGH foram atrás de Romário e também o prenderam. Ele disse não se lembrar se matou ou não Maria porque estava “chapado” (drogado). Mas o delegado não está com dúvida.
“Welson já havia planejado a morte de Maria, mas não teve coragem de cometer o crime sozinho, por isso chamou Romário. Então, os três passaram a noite e madrugada toda usando droga. Ao amanhecer do sábado, os dois investiram contra a vítima e mataram-na”, detalhou o delegado.
Diante das provas e depoimentos, a Justiça determinou a prisão provisória de Welson, por 30 dias, acusado de latrocínio. Contra ele também já havia um mandado de prisão por tráfico de drogas. Com relação a Romário, o delegado adiantou que ele ficaria sob custódia na DGH até hoje, aguardando o mandado de prisão.
“Mataram a mulher a marteladas, na cabeça, e ainda deram-lhe duas facadas. Depois, jogaram seu corpo na fossa. São frios e calculistas. Vão para trás das grades”, frisou o delegado. Enquanto a autoridade policial concedia entrevista coletiva à imprensa, Welson escutava e sorria. “Olha só! Ele não demonstra nem arrependimento”, observou Migliorin.
À equipe de reportagem da Folha, Welson também negou que tenha matado Maria, mas confirmou que retornou à casa dela dois dias após o crime para pegar alguns objetos que lhe pertenciam. Ele jogou novamente a culpa para cima do comparsa, mas não convenceu os policiais. Já Romário não quis falar com o jornal.
Welson passou pelos procedimentos na DGH, fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e foi entregue na Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (Pamc), zona rural, onde aguardará pronunciamento da Justiça. Romário fica sob custódia até hoje na DGH. (AJ)