Na manhã dessa quinta-feira, 05, familiares do adolescente Ruan Morais da Silva, de 17 anos, morto com um tiro após uma briga de trânsito, fizeram a liberação de seu corpo para funeral e sepultamento. A reportagem da Folha conversou com o tio da vítima sobre os detalhes do crime. Ele declarou que o sobrinho e outros amigos discutiram com o autor do disparo porque quase foram atropelados. O fato ocorreu na esquina da rua Walter Forte Castelo Branco com a Travessa dos Macuxi, bairro Silvio Leite, por volta das 18h15 da quarta-feira, 04.
“O Ruan estava caminhando pela calçada junto com os amigos e vinha uma carreta fazendo uma conversão na esquina onde tudo aconteceu. Enquanto a carreta fazia a curva, uma [Chevrolet]/Montana, cor branca, também chegou ao cruzamento e acabou subindo a calçada por falta de espaço na rua, mas isso no exato momento em que os meninos estavam passando, aí começou uma discussão”, relatou.
O tio relatou ainda que enquanto discutiam o motorista parou o carro alguns metros à frente e foi desafiado pelos garotos que chegaram a chamá-lo para brigar, motivados pela atitude do condutor do automóvel. Depois de trocarem ofensas, o motorista sacou uma arma, pôs o braço para fora do carro e atirou uma única vez. Os garotos fugiram, inclusive Ruan já estava distante quando foi acertado com o tiro.
“O motorista só atirou uma vez para o chão, mas a bala repeliu quando bateu no chão, como se tivesse quicado e a trajetória da bala acertou as costas do Ruan. Nós estávamos analisando as imagens das câmeras de segurança e vamos descobrir quem fez isso. Depois de atirar o homem foi embora”, detalhou.
Conforme a Polícia Militar, quando chegou ao endereço, Ruan estava sentado numa cadeira de plástico branca, cercado de populares e necessitando de atendimento médico. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado, mas como o rapaz teve uma piora, a guarnição decidiu levá-lo para o Hospital Geral de Roraima (HGR). Chegando próximo à Mangueira, a equipe da PM se deparou com a ambulância do Samu.
Dois socorristas realizaram os primeiros atendimentos e prosseguiram em direção ao Grande Trauma do HGR. Assim que deu entrada, o alvejado já aparentava estar bastante debilitado e pálido. “Ele começou a ficar roxo, gelado. Acho que teve uma hemorragia interna e morreu antes de fazer cirurgia”, acrescentou o tio.
O corpo de Ruan foi levado para o funeral que aconteceu numa igreja que fica no bairro Raiar do Sol, local onde os amigos e familiares fizeram as despedidas antes do enterro. O caso está sendo investigado pela Delegacia Geral de Homicídios (DGH). Até o momento, nenhum suspeito foi preso. (J.B)
Uma camisa suja de sangue e a sandália da vítima ficaram no local do crime (Foto: Aldenio Soares)