Uma adolescente, de 17 anos, entrou para as estatísticas dos casos de estupro contra menores em Roraima. Ela chegou na noite da quarta-feira, dia 18, a Boa Vista, depois de percorrer mais de 800 quilômetros, saindo de Manaus e não sabia que ao chegar ao destino final seria sequestrada, agredida, torturada e, por fim, estuprada.
Segundo a Polícia Militar, a vítima apareceu em uma igreja evangélica que fica na rua Bonfim, no Conjunto Pérola, bairro Dr. Airton Rocha, zona oeste da Capital, aparentando bastante nervosismo, chorando muito e pedindo socorro, afirmando que tinha sido estuprada momentos antes.
A menor disse morar no estado do Amazonas e veio a Boa Vista a convite de uma amiga, sem o conhecimento da mãe, mas que comunicou à irmã. Ela disse que fez a viagem com um amigo caminhoneiro que a deixou num posto de combustível às margens da Avenida Brasil (BR-174), na entrada do bairro Cinturão Verde, também zona oeste.
Ela disse que ficou aguardando a amiga que chegou em um carro, às 20h, na companhia de outras três pessoas, sendo um homem e duas mulheres. Depois que entrou no veículo, a adolescente contou que não soube se situar porque não conhece Boa Vista e foi a primeira vez que veio à Capital roraimense. Sabe apenas que foi levada para um lugar escuro e deserto, afastado da cidade.
Assim que chegaram ao destino, que a Polícia acredita que seja na região do Anel Viário, as duas mulheres começaram a agredir a adolescente e a mostrar a cópia de uma conversa em que a menor contava ao marido da suposta amiga que ele estava sendo traído, uma vez que a “amiga” era garota de programa.
Armada com uma tesoura, a suposta amiga começou a cortar o cabelo da adolescente que travou luta corporal na tentativa de impedir a ação. No relato da vítima, o homem puxou sua calcinha e a estuprou.
Ao fim do ato libidinoso, ainda insatisfeita e totalmente fora de si, a suposta amiga teria pegado uma arma que estava no veículo, introduzido o cano do revólver no órgão genital da vítima e passou a torturá-la, afirmando que atiraria na adolescente, mas a comparsa interviu e disse que ela não deveria matar a menor.
Em seguida, os envolvidos no crime entraram no automóvel e fugiram, tomando rumo ignorado. Avistando as luzes da cidade, a menor caminhou em direção ao Conjunto Pérola, onde encontrou o socorro de populares.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e, após os primeiros socorros, encaminhou a vítima até ao Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, sendo acompanhada por uma viatura. Depois de receber atendimento médico especializado e ser medicada, ficou sob responsabilidade do Estado. O caso foi registrado na Central de Flagrantes do 5o DP e deve ser encaminhado ao Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (NPCA) para investigação. (J.B)