Uma ocorrência atípica aconteceu no Colégio Estadual Militarizado Pedro Elias Albuquerque Pereira, que fica no bairro Jóquei Clube, quando uma aluna de 15 anos, do turno vespertino, desapareceu durante toda a tarde dessa terça-feira, 02. Segundo a PM, a gestão da Unidade de Ensino percebeu que um indivíduo de estatura mediana, numa Honda/Biz 100 cilindradas apenas transportava a estudante, mas quando chegaram em frente à Escola, seguiram tomando destino incerto.
Já perto do horário de saída dos alunos, o homem chegou com a adolescente na garupa da moto, tentando forjar que ela estivesse assistido as aulas daquele dia. Ao ser questionado pela equipe policial que trabalha no Colégio, o homem disse que era padrasto da estudante e que teria levado ela para a casa de um amigo onde mantiveram relações sexuais.
Por outro lado, a adolescente relatou que tem um relacionamento extraconjugal com o suspeito e que por diversas vezes transaram. Diante das declarações dos dois, a gestão militar do colégio pediu apoio de uma viatura e conduziu as partes envolvidas para a Central de Flagrantes do 5° DP, a fim de que a Polícia Civil tomasse as medidas legais, considerando que, em tese, configurava-se um crime de estupro de vulnerável.
Adolescente e suspeito depõem na Delegacia
Em depoimento, a menor disse que mora com a avó materna no bairro São Bento e que o homem está separado da avó há quatro meses. Ela revelou que foi quem tomou iniciativa da relação sexual com o ex-marido da avó quando ambos ficaram sozinhos em casa meses atrás, mas que ele usou preservativo e nunca mais tiveram conjunção carnal.
Na tarde da terça-feira ela contou que foi acompanhada pelo homem até chegar próximo à unidade de ensino, mas relatou que não queria assistir aula. O homem propôs que ela entrasse na escola e depois saísse, mas a adolescente não aceitou o pedido e pediu para que o homem a levasse para seu trabalho. O homem, por sua vez, levou a menor para a casa de um amigo no bairro Senador Hélio Campos, onde conversaram até às 17h20 quando retornaram para o colégio, onde o irmão da garota também estuda e precisava que alguém o buscasse.
O suspeito entrou para buscar o enteado e não saiu mais. Ao perceber a demora, a aluna entrou no local e foi abordada por uma funcionária para quem disse ter contado a mesma versão relatada na Delegacia. Ela ressaltou que naquela tarde não teve relação sexual com o homem e deseja se submeter ao exame de conjunção carnal no Instituto de Medicina Legal (IML). Por fim, disse que gosta e quer ter um relacionamento amoroso com ele.
As declarações do suspeito, durante o depoimento, confirmaram o fim da relação com a avó da menor, mas que ainda convivem na mesma casa. Ao completar 14 anos, ele disse que a vítima teria feito um convite de namoro, o que foi aceito e passaram a praticar o ato libidinoso, no entanto, a menina não era mais virgem e sempre usaram preservativo.
Na tarde da terça-feira, 2, o homem revelou que a enteada estava com febre não quis assistir aula e ele a levou para conhecer um apartamento que pretende alugar numa vila, onde ambos irão morar. No local, ele disse que ficou conversando com o proprietário do imóvel e depois foi trabalhar. Saindo do trabalho ele e a estudante foram buscar o irmão dela, mas ao chegarem ao Colégio, foi levado para uma sala com um militar.
O delegado de plantão analisou os fatos e considerou que a suposta vítima tem mais de 14 anos, que alegou que as relações sexuais ocorreram há alguns dias, o que não permite a lavratura do flagrante, e que os fatos devem ser devidamente investigados. Após as oitivas liberou as partes e encaminhou o Boletim de Ocorrência para o Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (NPCA).
Seed diz que vai acompanhar caso e dar apoio à família
A Secretaria de Educação e Desporto informou em nota que, na tarde da terça-feira, a estudante que frequenta a escola no turno vespertino, chegou atrasada à unidade de ensino acompanhada de um homem identificado como o ex-marido da avó.
Poucos instantes depois, a instituição de ensino verificou que a aluna estava ausente do prédio. A gestão da unidade, ao tomar conhecimento do caso, percebeu a situação atípica, deslocou-se até a casa da estudante no bairro São Bento e ao encontrar-se com a mãe, a equipe foi informada que a aluna não tinha ido para a sua residência.
Iniciou-se uma busca pelas imediações da escola. Somente ao final do turno escolar o homem retornou à escola com a estudante, momento em que foi abordado pela gestão militar da unidade de ensino.
A gestão militar deu voz de prisão ao homem e o conduziu até o 5° Distrito Policial para que fossem adotadas as medidas cabíveis. A mãe da aluna foi acionada e informada da situação. A aluna foi entregue à mãe.
O Colégio fará o encaminhamento da estudante e da família para a DIPSE (Divisão de Desenvolvimento Psicossocial), para o acompanhamento necessário. (J.B)
