Por volta das 11h de ontem, dia 15, internos do Centro Socioeducativo Homero de Souza Cruz Filho (CSE) envolvidos no homicídio e esquartejamento de um adolescente no fim do mês passado, foram levados para audiência com a Justiça, onde seriam ouvidos sobre as infrações. No entanto, seis fugiram enquanto aguardavam entrar na sala do juiz.
Para fugir, os infratores saíram por uma janela de blindex que fica na sala de espera do prédio do Juizado da Infância e Juventude, na avenida Ataíde Teive, bairro Caimbé, zona Oeste. O ato infracional pelo qual seriam atendidos pela Justiça aconteceu dentro do dormitório, no próprio CSE, no dia 21 do mês passado.Um dos pontos que o denunciante relatou à Folha é que somente quatro agentes faziam a escolta de 15 menores. Dos seis que fugiram, dois foram capturados imediatamente e outros quatro permanecem na condição de foragidos. “Tinham apenas quatro agentes homens e uma agente feminina. Não tem como dar conta da quantidade de adolescentes que estavam dentro do prédio. O caso do efetivo de agentes sócio-orientadores é uma coisa que precisa ser resolvida pelo governo”, destacou.
A Polícia Militar foi acionada e auxiliou nas buscas pelas imediações, mas não conseguiu apreender os outros quatro menores. Devido à ocorrência, todas as audiências foram canceladas no Juizado, uma vez que o clima de tensão e a correria dentro do prédio e nas proximidades impediram que o trabalho fosse realizado com ordem. “Eu acredito que hoje seriam realizadas umas 30 audiências lá no Juizado, inclusive tinha um grupo de policiais militares que estavam aguardando para serem ouvidos pelo juiz e todos desarmados porque lá tem que tirar a arma e guardar no cofre”, acrescentou o denunciante.
A reportagem apurou com uma fonte do CSE que os adolescentes são membros de uma organização criminosa.
GOVERNO – Em nota, a Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc) confirmou que os adolescentes foram para Audiência de custódia na Vara da Infância e Juventude ontem, dia 15.
“No local, foi solicitado que os socioeducadores deixassem os adolescentes em uma sala de espera, criada para essa finalidade, com atendimento humanizado, conforme estabelece a lei em casos envolvendo criança e adolescente. No entanto, o local não tinha segurança adequada e seis adolescentes empreenderam fuga”, confirmou.
A nota também reforçou que as forças policiais estão em trabalho de campo para capturar os outros quatro adolescentes que continuam foragidos.
TJRR – Também por meio de nota, o Poder Judiciário de Roraima disse que, em casos de fuga, as condutas dos adolescentes serão reavaliadas quando de uma possível concessão de benefício das medidas aplicadas. (J.B)
