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Advogado defende inocência de Telmário e crê que ex-senador responderá em liberdade

Político está em Goiânia com a expectativa de ser transferido para Roraima. É esperado ainda que ele passe por audiência de custódia ainda nesta terça

Telmário Mota é ex-senador por Roraima (Foto: Arquivo FolhaBV)
Telmário Mota é ex-senador por Roraima (Foto: Arquivo FolhaBV)

O advogado Dalton Ribeiro Neves, que defende Telmário Mota, afirmou nesta terça-feira (31) que vai provar a inocência do ex-senador da acusação de ser o mandante do assassinato de Antônia Araújo de Sousa, de 52 anos. Após ser preso na noite de segunda (30), em Nerópolis (GO), Mota foi transferido para Goiânia com a expectativa de ser transferido para Roraima. É esperado ainda que ele passe por audiência de custódia ainda hoje.

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Em entrevista exclusiva à Folha, Neves esclareceu que, de praxe, a audiência deve ser realizada na cidade onde foi cumprido o mandado de prisão, mas como o cliente está na capital, acredita que a Justiça autorizará a comarca de Nerópolis ouvi-lo por videoconferência. “A expectativa é de que, caso ainda não se reverta a medida cautelar, haja um possível recambiamento para Roraima”, explicou.

O advogado diz acreditar que não há motivos para Telmário Mota continuar preso e que acredita que ele possa responder às acusações em liberdade. Ele explicou que a perseguição para prendê-lo foi “desproporcional”, porque o cliente, em nenhum momento, tentou fugir de Boa Vista, onde a investigação do caso é feita. “Entendemos [que a medida cautelar] muito bem poderia ser de outras formas”, afirmou.

“A medida cautelar é totalmente extrema. A prisão não se coaduna com o perfil subjetivo do investigado. Então, a gente entende que há, a princípio, uma coação ilegal por parte desta medida”, diz. “A defesa vai apresentar as razões e está confiante de que o próprio juiz que decretou a prisão vai revogar, entendendo que não há mais motivos para ele ficar preso”.

O advogado afirmou que a defesa foi surpreendida pela notícia do mandado de prisão expedido contra o ex-senador, em virtude do processo estar em segredo de justiça. “Não tem como adivinhar que ele estaria em determinado Estado e avisar o delegado da investigação”, disse.

Dalton Neves explicou que o ex-senador cumpria agenda pessoal em Nerópolis, mas não detalhou o que ele foi fazer na cidade goiana. “Estava cumprindo agenda pessoal. É uma pessoa pública, que tem ocupação mista, conduta totalmente ilibada, endereço certo. É interesse dele comparecer a todos os atos da investigação pra provar a inocência dele”, disse.

Neves ainda foi questionado sobre o vídeo gravado por Telmário Mota em 19 de outubro, no qual o político diz que esperava pela operação para prendê-lo e negou o envolvimento com o crime. Ele, por sua vez, prometeu estudar o assunto.