Polícia

Advogados e auditores continuam no Sistema Prisional 

A Justiça Federal mantém presas as 19 pessoas apontadas como membros de uma organização criminosa que seria responsável pelo comércio ilegal de pelo menos 1,2 tonelada de ouro extraída em garimpos de Roraima e Venezuela. As prisões ocorreram nas primeiras horas da manhã da última sexta-feira, dia 6, em alguns bairros de Boa Vista. 

Conforme a Sejuc (Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania) os presos encontram-se na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, à disposição da Justiça. Apenas os dois advogados foram transferidos e estão recolhidos nas dependências do Comando de Policiamento da Capital (CPC), sob responsabilidade da Polícia Militar, onde deram entrada no domingo, dia 8, após a OAB Roraima ingressar com um pedido de liberdade provisória e de prisão especial, visto que os dois têm direito à sala de estado maior, ou equivalente, no Comando de Policiamento da Capital (CPC). A única mulher que foi presa, uma auditora fiscal, está na Cadeia Feminina de Boa Vista.  

Além disso, a Polícia Federal informou que outras três pessoas continuam foragidas. Durante a execução do cumprimento dos mandados, foram apreendidos mais de 100 quilos de ouro, 70 quilos de prata, R$ 600 mil em dinheiro, 22 carros de luxo, além de armas.

As investigações tiveram início em setembro de 2017, após apreensão de aproximadamente 130 gramas de ouro no Aeroporto Internacional de Boa Vista. Os indícios constantes no Inquérito Policial apontam que o grupo criminoso seria composto por venezuelanos e brasileiros que, residindo em Roraima, comprariam ilegalmente ouro extraído de garimpos da Venezuela e de garimpos clandestinos do estado. 

Com o auxílio de alguns servidores públicos que integrariam a organização criminosa e receberiam propinas, tentariam dar um aspecto de legalidade ao metal por meio da emissão de documentos falsos por empresas de fachada. Quanto à participação de servidores públicos da União e do Estado no esquema, o delegado confirmou que pelo menos quatro davam suporte à organização criminosa.

NOME – O nome da operação faz referência as Hespérides que, segundo a mitologia grega, seriam as responsáveis por cuidar do pomar onde a deusa Hera cultivava macieiras que davam frutos de ouro. Entretanto, elas passaram a consumir os frutos que deveriam guardar, sendo necessário que Hera adicionasse à guarda um dragão eterno que nunca dormia. (J.B)