Tumulto

Agente fica com a mão ferida após novo motim no CSE

Servidor precisou ser levado ao Hospital Geral de Roraima (HGR), onde recebeu atendimento médico; dois menores apontados como autores do motim foram encaminhados ao 5° Distrito Policial

Centro Socioeducativo (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
Centro Socioeducativo (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

O Centro Socioeducativo (CSE), no bairro Pedra Pintada, zona Oeste de Boa Vista, passou por um novo motim no Centro Socioeducativo na noite dessa segunda-feira (5) e um agente ficou ferido na mão ao tentar conter a confusão. Ele precisou ser levado ao Hospital Geral de Roraima (HGR), onde recebeu atendimento médico. Dois menores apontados como autores do motim foram encaminhados ao 5° Distrito Policial.

Conforme relatos de servidores os menores conseguem atear fogo em colchões e iniciar o motim. A Secretaria de Trabalho e Bem Estar Social (Setrabes) confirmou o ataque e disse que o motim foi imediatamente contido pelos agentes plantonistas, não ocasionando nenhum dano no bloco onde estavam os demais adolescentes.

Os servidores alegaram à Folha BV que motim foi realizado facilmente pois a reforma não foi adequada e eles fazem isso fechando curto circuito com os fios das lâmpadas. O motim no CSE foi o segundo em um intervalo de três dias. Na noite do último sábado (3), dois adolescentes causaram tumulto e precisaram ser contidos por policiais da Polícia Militar (PMRR).

O caso ocorreu após o jantar, que estava sendo servido na área de da unidade de internação. Os dois socioeducandos se recusaram a retornar para os alojamentos. Eles ficaram correndo pela unidade em desobediência aos agentes socioeducativos, momento em que foi acionado o reforço da PMRR para contê-los.

Denúncias

Os servidores relatam também que alguns chefes de plantão estão assediando os servidores pra dar remédio controlado aos internos. Sendo que os agentes não tem essa atribuição e nem dever. Além disso, os menores começaram a se automutilar como forma de chantagem pra ir ter atendimento no Hospital Geral de Roraima (HGR) como forma de passear, pois não enfermeiro de plantão.

Ainda conforme as denúncias, os servidores em boa parte estão se afastando por recomendação psiquiátrica e que não podem fazer contenção dos internos e nem usar equipamentos de proteção com receio de terem procedimento administrativo disciplinar, e que os servidores temem em acontecer o que o ocorreu no Abrigo Feminino, após a morte da cuidadora de abrigo Ana Maria, de 54 anos, que morreu na noite do dia 27 de janeiro, após ser empurrada por uma adolescente de 13 anos diagnosticada com deficiência intelectual.

Os servidores contam também que profissionais de saúde do HGR já estão estressados e não aguentam mais ter que atender os internos do CSE no Grande Trauma, sendo que est s deveriam ser atendidos no próprio CSE por equipe de saúde do local.

Questionada pela Folha BV sobre as denúncias apresentadas pelos servidores, a Setrabes informou que o CSE passou por uma recente reforma, a qual retirou, por medida de segurança, todo dispositivo elétrico da parte interna dos alojamentos.

A Pasta disse ainda que toda medicação ministrada aos internos é prescrita pelo médico da unidade e administrada pela equipe de saúde. Quanto aos procedimentos de maior complexidade que requerem um maior cuidado médico, o próprio Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo recomenda que os atendimentos sejam preferencialmente realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), razão pela qual, por vezes, alguns adolescentes são conduzidos ao HGR.