O agricultor José da Silva Moraes, 30 anos, que foi vítima de um atropelamento na manhã do dia 18 do mês passado, em uma avenida do Município de Alto Alegre, região Centro-Oeste do Estado, a aproximadamente 85 quilômetros da Capital, morreu na noite desta quinta-feira, 29, no Hospital Geral de Roraima (HGR).
Depois de passar 12 dias internado e ter o quadro de saúde agravado devido ao inchaço do cérebro, ele deu entrada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na quarta-feira passada, 21, e teve morte encefálica declarada pelos médicos na noite de quinta-feira, 22.
Diante do quadro clínico, o homem ainda ficou na UTI mantido vivo por conta dos aparelhos, no entanto, teve falência múltipla dos órgãos. A família contou que José estava bêbado no momento do acidente e não recebeu qualquer socorro ou auxílio do condutor do veículo.
“O motorista nem parou o carro. Fugiu do local, trocou de carro e depois foi até a delegacia para contar a versão dele, de como aconteceu o acidente. Meu irmão não andava no meio da rua e, além de ser atropelado, bateu a cabeça no meio-fio e ficou desacordado até a hora da morte”, destacou a irmã.
Os familiares também relataram que, no momento do atropelamento, testemunhas revelaram que o condutor do veículo trafegava em alta velocidade. “Quem mora em Alto Alegre sabe que ele só anda em alta velocidade. São pessoas que pensam que as ruas são pistas de corrida”, declarou.
A irmã não sabe afirmar se havia algum motivo para que o irmão fosse atropelado intencionalmente, mas disse que, no ano passado, o mesmo condutor “tirou fino” de seu irmão. “Não sei dizer se tem uma rixa, mas no ano passado ele quase atropelou o Zezinho”, ressaltou.
Conforme a família, o caso ficará impune. “A gente não acredita na Justiça. A polícia não vai fazer nada. Infelizmente meu irmão morreu e vai ficar por isso mesmo. Meu pai disse que vai procurar o delegado para falar sobre a morte, porque não pode ficar assim”, enfatizou.
O pai da vítima disse que recebeu do condutor do automóvel envolvido no acidente a quantia de R$ 100, que não foi o suficiente para comprar os medicamentos necessários para o tratamento. “Não deu nem para comprar remédio. Eu tive que sair pedindo de outras pessoas. Todas as despesas ficaram para mim. Eles deveriam ter ajudado desde o começo”, disse.
O corpo foi levado para a sede do Instituto de Medicina Legal (IML) ainda na noite da quinta-feira e, na manhã de ontem, dia 30, foi liberado para funeral e sepultamento em Alto Alegre, onde a vítima residia com a família. (J.B)