A Polícia Civil do Amazonas prendeu, na noite dessa terça-feira (12), no bairro Ponta Negra, em Manaus, o jornalista amazonense Alex Braga, proprietário do portal Alex Braga, por suspeita de estuprar, ameaçar e perseguir uma mulher de 29 anos, que é prima de sua ex-esposa. Ele foi levado para a Delegacia da Mulher, no bairro Parque Dez de Novembro, na zona Centro-Sul.
Em entrevista coletiva, a advogada de Alex Braga, Catarina Estrela, classificou como “ilegal” a prisão temporária do jornalista, porque ele compareceu voluntariamente para prestar esclarecimentos no dia 6 de novembro, apresentou testemunhas para contestar as acusações e que essas informações não foram repassadas à Justiça do Amazonas, além de que a detenção foi realizada em horário noturno. “É uma grande injustiça o que o Alex está passando”, destacou, ressaltando que a acusação é uma mentira.
Estrela ainda destacou que a defesa foi pega “completamente de surpresa”, porque alguns documentos do processo teriam sido “escondidos” dela. A advogada também ressaltou que ele é alvo de perseguição política por causa de reportagens divulgadas em outubro, em meio à eleição para a Prefeitura de Manaus, e que não há “contemporaneidade” nessa situação, uma vez que a acusação é de 2023.
“Um ano e meio depois se ressuscita um boletim de ocorrência sem elemento probatório nenhum, porque não tem exame nenhum que comprova as alegações”, afirmou Catarina Estrela, que ainda diz temer pela saúde de Alex Braga, que estaria com um “problema de saúde grave”, e pela iminência de o jornalista ser transferido para uma unidade prisional em que haja membros de facções criminosas, uma vez que ele já se posicionou contra essas organizações.
O caso
No mês passado, a polícia amazonense pediu a prisão preventiva do suspeito ao considerar o estupro, ocorrido em março de 2023, quando a vítima se hospedou na casa dele para ajudar nos cuidados de sua ex-mulher, que estava em período de pós-parto. Alex Braga é presidente estadual do PRD de Roraima e chegou a se colocar como pré-candidato à Prefeitura de Boa Vista em 2024.
A vítima relatou, que em uma noite, Alex Braga a acordou pedindo para entrar no quarto em que ela dormia. Ele estava só de roupa íntima e portando uma arma de fogo, momento em que intimidou a mulher e a estuprou, conforme a polícia.
A mulher relata que, meses após o crime, engravidou do jornalista, o qual foi informado da situação. Para encobrir o crime, o acusado obrigou a vítima a abortar e chegou a oferecer R$ 50 mil para que ela não contasse a ninguém.
A vítima relata que não aceitou o suborno e saiu da casa do acusado, voltando para a casa da mãe, em Jutaí, no Amazonas. A mulher chegou a registrar um boletim de ocorrência e informou que só deu prosseguimento às denúncias recentemente, porque se sentiu perseguida ao receber diversas ligações e após pessoas desconhecidas irem até sua mãe questionar onde ela estava.
No depoimento à Polícia Civil, a vítima ainda relatou que a situação e o medo de perder a vida lhe causou transtornos psicológicos, como crise de pânico e insônia.