Após 1 ano de jovem ser assassinada na porta de casa, família pede respostas da Polícia Civil sobre o crime

A reportagem aguarda um posicionamento da Polícia Civil sobre o caso

Juliane foi morta com pelo menos dois tiros (Foto: Arquivo Pessoal)
Juliane foi morta com pelo menos dois tiros (Foto: Arquivo Pessoal)

Após 1 ano e 2 meses do assassinato de Juliane Feitosa Araújo, de 23 anos, os familiares da jovem pedem respostas da Polícia Civil sobre o caso. O crime ocorreu no dia 12 de abril, no bairro Doutor Silvio Leite. Na época, o homicídio teve bastante repercussão e vídeos de câmeras de segurança registraram o momento do crime.

O suspeito de ser o mandante e motorista do carro modelo Prisma de cor prata, Elielson da Silva, de 31 anos, conhecido como Didi, segue foragido. Em agosto, a Divisão de Inteligência e Captura (Dicap) divulgou uma foto dele quando a prisão estava como temporária, mas atualmente, ele possui um mandado de prisão preventiva. O autor do disparo não foi identificado. A família suspeita que Elielson esteja no Maranhão, cidade Natal dele ou em algum interior de Roraima.

Mandado de prisão foi expedido pela 2° Vara Criminal do Tribunal do Júri (Foto: Instagram Dicap)

Os irmãos da vítima, Giovanna Feitosa, de 27 anos, e Alexandre Feitosa, de 29, afirmaram à reportagem, que fizeram investigações por meios próprios sobre o crime.

De acordo com os irmãos, a Polícia Civil apontou um homem identificado como Icro como sendo o autor dos disparos, mas as provas não o incriminam e apontam apenas para Elielson. Segundo eles, a polícia não investigou o principal suspeito que é V.S.C., de 27 anos, que tinha saído da cadeia cinco meses antes do homicídio.

No dia 4 de junho deste ano, houve uma audiência de instrução. “Nós não entendemos o motivo dessa audiência porque não teve um resultado final. Nesse dia, ficou muito claro que a polícia não tem nada contra o Icro, todos os depoimentos ouvidos só giram em torno do Elielson. Não sabemos porque a polícia se recusa a investigar o V.C.S., que é apontado como o autor dos disparos”, explicou Giovanna.

Segundo as investigações não oficiais, os familiares conseguiram recuperar conversas no telefone de Juliane, ameaças contra ela vindas de Elielson, prints de conversas, redes sociais, conta do banco que não foram anexadas ao inquérito.

A família afirma também que a arma utilizada não foi localizada, a placa e o percurso do veículo não foram identificados pela polícia. “Até nos bairros mais afastados do Centro existem câmeras de segurança, tanto particulares quando da Prefeitura. Durante esse tempo, ainda não identificaram a placa e nem o trajeto que o carro fez quando fugiu. Eu mandei todo o material que consegui, mas não foram anexados no processo”, disse Giovanna.

“A impressão que nós temos é que lavaram as mãos e não tem interesse em resolver esse caso”, completou Alexandre.

Juliane foi morta na frente da filha e da mãe (Foto: reprodução/Aldenio Soares)

Motivação do crime

Segundo os familiares, a motivação do crime seria porque Elielson acusava Juliane de ter participação na morte do irmão dele no garimpo, com quem a jovem teve um relacionamento de quatro meses.

“Entendemos como um plano de vingança. O Elielson foi alertado por inúmeras pessoas que não tinha sido ela, mas ele não quis saber das justificativas foi lá e se vingou sem necessidade”, explicou Alexandre.

Ainda conforme o relato, o homicídio de Juliane teria sido planejado por Elielson, pois ocorreu 1 mês depois da morte do irmão dele. “No dia que completou um mês da morte do irmão dele, ele foi lá e matou ela. Recebemos informações que depois disso, ele saiu para comemorar e chegou a se gabar do que tinha feito”, disse Giovanna e Alexandre.

Sensação de impunidade

“A polícia faz total descaso, não tem interesse em ir atrás, em botar para a frente. O nosso sentimento é de impotência. Ela está presa em um caixão e ele está solto. Não sabemos nem se vai ser preso. Houveram outros homicídios e desvendaram tudo, por que o da minha irmã não teve a mesma atenção?”, questiona Alexandre.

“Estamos pedindo socorro, ajuda para que justiça seja feita, só queremos que quem fez isso com a nossa irmã seja preso e pague por esse crime, que não saia impune”, completou Giovanna.

Juliane deixou uma filha, que hoje tem seis anos. Ela foi morta na frente da menina e da mãe, que depois do crime saíram de casa.

“Estamos em processo de adaptação. Vivemos 23 anos com a Juliane e hoje estamos aprendendo a viver sem ela. Adaptação de lidar com a nossa mãe, com a filha dela, digerir tudo o que aconteceu. Essa é uma dor irreparável. Além de lidar com a morte dela, temos que lidar com a injustiça”, finalizou Alexandre.

Polícia Civil

A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil e aguarda um posicionamento sobre o caso.