Após dois anos, família de homem assassinado em frente a motel pede justiça

A vítima foi atingida com dois disparos de arma de fogo na região do tórax, no bairro Cinturão Verde, próximo a um motel, após flagrar a esposa com o amante

"Eu exijo respostas e justiça", afirmou a mãe de Serginaldo, Angélica de Souza. (Foto: Wenderson Cabral)
"Eu exijo respostas e justiça", afirmou a mãe de Serginaldo, Angélica de Souza. (Foto: Wenderson Cabral)

Os familiares de Serginaldo de Souza Nascimento, assassinado em frente a um motel no dia 17 de janeiro de 2022, procuram a Folha para relatar que o inquérito do caso ainda não foi concluído. Segundo eles, as provas do crime ainda não foram entregues pela Polícia Civil ao Ministério Público de Roraima (MPRR), dificultando o avanço do caso.

De acordo o irmão de Serginaldo, Renato de Souza, o MP estabeleceu um prazo de três meses para a Polícia Civil fornecer dados como a quebra de sigilo bancário e telefônico e as imagens da câmera de segurança do motel, mas até o momento, nada foi feito. Renato afirmou que procurou o departamento da PC em busca de justificativa.

Serginaldo de Souza foi assassinado em janeiro de 2022. (Foto: Divulgação)

“Visitamos a delegacia de homicídios e a resposta é sempre a mesma: falta de viatura e efetivo. a Polícia Civil alega falta de viatura e efetivo. O governo já entregou viaturas e impulsou vários policiais civis. Crimes posteriores ao do meu irmão já foram solucionados. Estamos frustrados”, afirmou.

O empresário suspeito de matar Serginaldo se entregou nove dias após o crime, mas, segundo Angélica de Souza, mãe da vítima, o assassino do filho segue em liberdade. “O assassino é um empresário conhecido, tem dinheiro e está aí vivendo normalmente como se nada tivesse acontecido”, afirmou.

“Meu filho morreu há dois anos e cinco meses, e, nesse período, crimes recentes já foram solucionados e tiveram vídeos divulgados na mídia. Por que o caso do meu filho ainda não foi encaminhado ao Ministério Público? Eu exijo respostas e justiça”, complementou.

Para Renato, a não entrega das provas está dificultando o processo, e as desculpas são infundadas. “A Polícia Civil alega falta de viatura e efetivo, mas o governo já entregou viaturas e empossou vários policiais civis. Crimes posteriores ao do meu irmão já foram solucionados. A Polícia Civil precisa entregar essas provas. Estamos cansados de ouvir desculpas. Nós esperamos justiça”, concluiu.

Outro lado

A redação entrou em contato com a assessoria da Polícia Civil, mas não obteve respostas até o momento desta publicação.

Relembre o caso

A vítima foi atingida com dois disparos de arma de fogo na região do tórax, no bairro Cinturão Verde, próximo a um motel, após flagrar a esposa com o amante. Serginaldo chegou a ser socorrido por uma equipe da Ambulância do Corpo de Bombeiros, mas não resistiu e morreu no local.

De acordo com informações do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), uma testemunha informou aos policiais que a vítima chegou e ficou estacionado na frente ao motel, quando a mulher e o empresário saíram do local e foram surpreendidos por Serginaldo.

Nesse momento, o empresário desceu do veículo, modelo HB20, de cor prata, que pertence à mulher, e efetuou o disparo contra Serginaldo. Em seguida, saiu correndo. A mulher fugiu logo em seguida no carro.

Após o ocorrido, a mulher ligou para um motorista de aplicativo e amigo do casal e informou o que tinha acontecido.

O motorista de aplicativo informou aos policiais que a mulher antes de se envolver com a vítima já havia sido casada com o empresário e que se separou para viver com Serginaldo.