Após a primeira fuga de presos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc) em quase três anos, um grupo de candidatos aprovados no concurso público da Policial Penal aproveitaram para cobrar a nomeação nos cargos pelo governo estadual.
Para eles, que falaram sob condição de anonimato, a fuga evidencia a fragilidade do sistema prisional, que estaria comprometido pela falta de efetivo. “Há cerca de 150 pessoas formadas e prontas para trabalhar, mas o Governo não nos chama e a decisão judicial atual só prejudica ainda mais o processo”, afirmou uma candidata, de 31 anos.
A cobrança ocorre dois anos após a conclusão do curso de formação dos agentes. Segundo eles, o governo estadual tem usado várias justificativas para adiar as nomeações. A estimativa do grupo é de que existem 80 cargos vagos da categoria.
Os aprovados ressaltaram que uma ação popular movida por candidatos reprovados no exame psicológico tem barrado novas convocações. “Isso não beneficia ninguém, nem a eles, nem a nós. Só beneficia o Estado, que continua adiando a contratação de novos policiais”, disse a candidata.
O grupo também menciona que, apesar de ter buscado respostas na Justiça, uma audiência de conciliação com a Procuradoria-Geral do Estado não resultou em acordo. “Esperamos uma resposta efetiva dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário”, cobram os candidatos.
Procurado, o governo estadual ainda não se manifestou. A reportagem questionou, por exemplo, a posição do Executivo a respeito da ação judicial que trata sobre o assunto.