Bandidos armados voltaram a assaltar em pontes de madeira nos bairros da zona Oeste da Capital. Neste final de semana, foram registrados três roubos. As vítimas, todas mulheres, tiveram celulares e bolsas subtraídas pelos ladrões. Uma chegou a ser puxada pelo cabelo e apanhou para descer da motocicleta, uma Bros vermelha.
O primeiro ataque ocorreu na ponte que liga os bairros Araceli e Centenário. Passar pelo balneário da Barreirinha, como é conhecido, se tornou um risco. Os bandidos usam trilhas no meio de um buritizal para surpreender as vítimas. Eles aproveitam a mata para também fugir da polícia.
Passava das 20h do sábado passado, 18, quando uma doméstica de 42 anos retornava para casa, no bairro Araceli. Ao se aproximar da cabeceira da ponte, foi surpreendida por dois ladrões, um armado com revólver, segundo ela. “Já foram me empurrando. Eu caí e eles tomaram minha bolsa. Depois mandaram eu levantar e correr, e se eu olhasse para trás, eles avisaram que atirariam. Pensei que ia morrer. Foi horrível. A sensação é de desespero e impotência”, relembrou.
Dentro da bolsa da doméstica havia documentos, cartão de banco e um batom. Os bandidos não perceberam que a vítima guardava o celular no bolso de trás da calça. “Depois, eles entraram no mato e desapareceram. Eu pedi ajuda aos moradores e a polícia chegou rápido, mas não conseguiu prender os bandidos”, lamentou.
Na mesma ponte, também no fim de semana, uma autônoma de 19 anos apanhou dos bandidos para descer de sua moto. Ele relatou à polícia que freou na cabeceira da ponte por causa dos buracos na estrada de piçarra. Foi neste momento que a dupla criminosa aproveitou para atacar.
“Eles já chegaram e desligaram a moto. Eu fiquei sem reação. Então, um dos bandidos encostou o revólver nas minhas costas e mandou eu descer. Mas como eu fiquei sem reação, eles me puxaram pelos cabelos e me deram um tapa. Ameaçaram atirar, caso eu gritasse. Em seguida, subiram na minha moto e aceleraram no rumo do bairro São Bento”, narrou.
A autônoma disse que ainda está pagando as prestações do veículo. Moradora do bairro Araceli há quatro anos, disse que os assaltos acontecem quase todos os dias naquele local. A Polícia Militar faz rondas, mas os ladrões se escondem debaixo da ponte ou se escondem na trilha que vai dar no posto de saúde, segundo ela.
ESCURIDÃO – As vítimas também reclamam da escuridão no local, o que facilita para a ação dos bandidos. “Da ponte pra lá do bairro Centenário, nas noites sem lua, não dá para ver nada, não se enxerga um palmo sequer à frente. Então, os bandidos aproveitam. É comum escutarmos tiros. Alguns já foram baleados aí na ponte”, disse uma das assaltadas.
Ainda segundo a vizinhança, atualmente dois assaltantes atacam na ponte. Eles seriam foragidos da Penitenciária. “Já vimos os ladrões armados. Eles usam duas camisas para despistar a polícia. Assaltam e correm para a boca de fumo aqui do bairro para comprar droga, ou trocar o que roubam por droga”, revelou um morador, que preferiu não se identificar.
Os dois casos foram registrados neste final de semana na Central de Flagrantes II, no 5º Distrito de Polícia, zona Sul. Policiais militares do Grupamento Independente de Intervenção Rápida Ostensiva (Giro) e do Ronda no Bairro, da Polícia Militar, intensificaram o policiamento naquela região. (AJ)