Na manhã desta sexta-feira, 28, a Polícia Militar de Roraima (PMRR) realizou coletiva de imprensa para apresentar os resultados obtidos durante a operação policial que culminou na morte de quatro foragidos da Cadeia Pública de Boa Vista (CPMBV) ontem, 27, no município de Cantá.
De acordo com o comandante da PM Coronel Prola, o grupo era formado por pouco mais de 11 suspeitos, todos seriam pertencentes à facção criminosa Comando Vermelho. Eles vinham sendo investigados pela autoria de vários assaltos praticados contra estabelecimentos comerciais e unidades bancárias do Estado.
“Esses assaltos foram praticados com o intuito de fortalecer a atuação do grupo criminoso no Estado, e os elementos que morreram na troca de tiros era foragidos daquela fuga de 40 detentos da Cadeia Pública. Em alguns desses crimes, eles levavam não só os pertences de valor, mas também as armas e os coletes dos agentes de segurança dos bancos”, afirmou.
Além do comandante Geral da PM, a coletiva contou ainda com as presenças da delegada Geral da Polícia Civil, Giuliana Castro; do Adjunto da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), coronel Fabiano Peres; do diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (DPJI), delegado Márcio Amorim; do comandante de Policiamento da Capital (CPC), coronel Elias Santana; e do subcomandante da PM, coronel José Damasceno.
A delegada Geral da Polícia Civil, Giuliana Castro, ressaltou que os trabalhos de investigação para recapturar os demais envolvidos e recuperar os valores que foram roubados das vítimas continuam. Ela contou ainda que novas prisões podem ser efetuadas, caso as investigações apontem para a participação de outras pessoas nas ações criminosas do grupo.
“O dinheiro subtraído nas ações criminosas totaliza mais de R$ 500 mil e até o momento esse valor não foi encontrado. A última informação obtida pela inteligência foi de que os bandidos teriam enterrado esse dinheiro em um lugar desconhecido. A polícia está fazendo a buscas para recuperar e fazer a devolução para as vítimas”, disse.
CRIMES EM SÉRIE – O primeiro crime cometido pelo bando, segundo as autoridades policiais, foi praticado contra uma agência bancária da sede de São João da Baliza, no Sul do Estado. Em seguida, o grupo cometeu arrastões em uma agência dos Correios, contra um posto de combustíveis, contra um correspondente bancário e em uma casa lotérica.
Já na capital, os alvos dos criminosos foram uma cooperativa de médicos situada no bairro São Vicente e a agência do Banco do Brasil da avenida Ville Roy. “Há indício que esses mesmos criminosos estejam envolvidos na morte do gerente de uma conveniência da região do Água Boa. A vítima reagiu ao assalto e eles o mataram de forma covarde”, ressaltou Giuliana Castro.
Ação que resultou na morte dos criminosos contou também o apoio de inteligências das polícias Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF). Graças ao compartilhamento de informações, segundo Prola, foi possível chegar até a localização do grupo.
“Eles estava escondido em um acampamento montado há cinco quilômetros de um sítio da Vicinal 39, BR-432, município de Cantá, região Leste do Estado. Uma mulher que dava suporte ao bando foi presa em via pública e o sítio é da sogra de um dos criminosos que ainda estão foragidos”, completou o comandante da PM, Edson Prola, ressaltando ainda o plano do grupo previa mais um assalto a banco em Rorainópolis e fuga para o estado do Amazonas.
Seis armas foram encontradas em posse dos elementos, sendo duas delas roubadas. Eram duas pistolas, três revólveres e uma escopeta calibre 12 de fabricação venezuelana. Foram recolhidas também 61 munições, sendo que 50 delas ainda estavam intactas; oito rádios de comunicação com carregadores; cinco celulares; cinco cartuchos de calibre 12 deflagrados; dois invólucros de substância aparentando ser entorpecentes; e um relógio.
Sobre a atuação dos criminosos, a delegada Giuliana Castro informou que Elivandro Batista Ferreira, o “Vandrinho”, exercia papel de liderança dentro do grupo, uma vez que tinha conhecimento das normativas de facções criminosas, um conhecimento adquirido durante o período que esteve preso no presídio Federal de Porto Velho (RO).
“O Vandrinho foi o fundador do PCC em Roraima, mas acabou sendo expulso após entrar em divergências com demais faccionados. Acabou sendo acolhido pelo Comando Vermelho, passando, inclusive, a assumir um papel de destaque dentro da organização criminosa”, pontuou.
Nota atualizada as 14h11.