A violência preocupa, principalmente, os moradores da zona Oeste da cidade, onde se localizam os bairros mais afastados do Centro. A população reclama da onda de assaltos e da falta de segurança, principalmente quando anoitece. O tráfico de droga é o crime mais corriqueiro, mas os arrombamentos às casas e comércios também ocorrem todos os dias.
A Folha foi ontem pela manhã a vários bairros e constatou que a sensação dos moradores é de insegurança. O mecânico Ivar Gomes de Souza, 65 anos, morador da Rua Belarmino Fernandes Magalhães, no bairro Asa Branca, reclamou do comércio desenfreado de drogas. “Os traficantes atuam a qualquer hora do dia. Temos que ter mais segurança, mais polícia fazendo ronda. Só assim voltaremos a ter mais segurança”, frisou.
Josedélia da Conceição, 31 anos, cuidadora de idosos, também fez a mesma reclamação. Moradora da Rua Aristóteles Lima, no Conjunto Pérola do Rio Branco, no bairro Airton Rocha, ela lembrou que, na véspera do Natal, sua casa foi arrombada e os ladrões levaram o que puderam carregar. “Levaram TV, computador, joias e dinheiro. Não temos segurança no conjunto. Os traficantes agem livremente. Aqui tem muita boca de fumo. É preciso que a polícia faça mais rondas”, reivindicou ao denunciar a onda de assaltos no conjunto.
A dona de casa Josefina Vieira, 58 anos, disse que os ladrões derrubaram até o muro da casa dela, na Rua Caubi Brasil de Magalhães, no bairro Senador Hélio Campos. “O tráfico de droga rola solto. Em toda esquina tem ‘noiado’ [viciado] e traficante. Cadê a polícia?”, questionou, lembrando também que já foi assaltada.
A dona de casa Maria das Graças Oliveira de Souza, 65 anos, é outra que cobra mais segurança. Moradora da Rua Piraíba, no bairro Santa Teresa, ela não tem sossego à noite e coloca a culpa nos traficantes, que agem livremente nas esquinas do bairro. “É preciso que a PM faça mais rondas por aqui”, cobrou. (AJ)
PM diz que utiliza Força Tática e Canil em rondas ostensivas
O Comando-Geral da Polícia Militar informou que o policiamento ostensivo foi reforçado por equipes da Força Tática e do Canil, além de equipes de reforço nos corredores comerciais e bancários. O comandante do 2º Batalhão, tenente-coronel Humberto Damasceno, responsável pelo Policiamento da Zona Oeste da Capital, esclareceu que o policiamento nestes setores obedece a um planejamento realizado conforme o Relatório Estatístico do Comando de Policiamento da Capital, dos meses de janeiro a setembro de 2016.
Com base no referido relatório, segundo ele, o 2º Batalhão emprega o policiamento ostensivo no atendimento das chamadas emergenciais do 190, Ronda Maria da Penha, Programa Crack é Possível Vencer, Corredores Comerciais, Reforço Setorial, Policiamento Escolar, Monitoramento nas Escolas Militarizadas, Operação Matriz e Operação Visibilidade Noturna.
O comandante ressaltou ainda a importância da participação da comunidade na segurança pública e solicita aos cidadãos que entrem em contato pelo telefone 190 para que a PM realize o atendimento conforme a ocorrência, ou procurem o 2º Batalhão de Polícia Militar, na Avenida Nazaré Filgueiras, no bairro Pintolândia, zona Oeste.